São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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Israel ocupa Hebron e mata quatro policiais da ANP

France Presse
Fumaça cobre prédio palestino atingido pelas forças israelenses em ação militar em Hebron


DA REDAÇÃO

Forças israelenses ocuparam ontem Hebron (Cisjordânia) em ação que deixou quatro policiais palestinos mortos em troca de tiros com soldados de Israel.
Agora, o Exército de Israel já ocupa sete das oito maiores cidades palestinas na Cisjordânia, nas quais 700 mil pessoas estão sob toque de recolher. O único grande centro que ainda não foi alvo da ofensiva é Jericó, cidade que esteve ausente do conflito durante todos os 21 meses da nova Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense).
A operação que Israel realiza nas cidades palestinas é uma resposta aos atentados que deixaram 31 mortos na semana passada em Jerusalém e num assentamento judaico e visa combater o terror.
Em Hebron, uma nuvem de fumaça resultante de explosão provocada por Israel em um prédio que servia como prefeitura cobriu a cidade. Na troca de tiros entre a polícia que estava dentro do prédio e o Exército, os quatro policiais acabaram mortos. Cerca de 200 pessoas foram detidas.
Apesar do confronto de ontem, os israelenses têm enfrentado pouca resistência, diferentemente do que aconteceu na operação "Muro Protetor", entre março e maio, na qual dezenas de soldados foram mortos.
Alguns explosivos foram colocados em ruas, e pedras foram lançadas contra tanques.
O Exército tem proibido a entrada de jornalistas nas cidades que estão ocupadas. Em um tour de jornalistas nas cercanias de Nablus, foi possível observar que a cidade estava deserta.
O toque de recolher é levantado em apenas algumas horas do dia para que as pessoas possam comprar alimentos e mantimentos. Segundo militares israelenses, estão sendo realizadas prisões, mas não em larga escala. Quem viola o toque de recolher é alvejado.
O quartel-general do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, em Ramallah, está cercado por tanques israelenses. Mas ele está podendo receber visitas, como a do ministro das Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin.

Hamas
O premiê de Israel, Ariel Sharon, afirmou que o objetivo de Israel não é reocupar a faixa de Gaza, e sim combater o grupo extremista islâmico Hamas, cujo bastião se encontra na região.
"Nós não precisamos entrar em Gaza. Mas Israel realizará todos os esforços para desmantelar o centro de terror [do Hamas]." O grupo é responsável por vários atentados em Israel.
Ao menos 1.425 palestinos e 548 israelenses foram mortos desde a eclosão da Intifada.

Com agências internacionais


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