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PAZ SOB ATAQUE
Presidente pede fim dos grupos terroristas, que desmentiram cessar-fogo; Israel mata quatro palestinos
Bush exige desmantelamento do Hamas
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem que uma
possível declaração de cessar-fogo do Hamas e de outros grupos
terroristas palestinos não será suficiente para alcançar a paz e que é
preciso desmantelá-los.
A afirmação foi feita em meio a
mais um dia de anúncios e desmentidos de uma trégua dos grupos terroristas. Ações militares israelenses na faixa de Gaza mataram quatro palestinos.
"Uma coisa é fazer um acordo
verbal [de cessar-fogo]. Mas, para
alcançarmos a paz no Oriente
Médio, precisamos ver organizações como o Hamas serem desmanteladas", disse Bush. "O verdadeiro teste para o Hamas e para
os outros grupos é o completo
desmantelamento de suas redes
terroristas, de sua capacidade de
implodir o processo de paz."
O presidente pediu ainda que a
União Européia corte os fundos
de financiamento ao Hamas e coloque a ala política do grupo na
lista de organizações terroristas.
O pedido do presidente foi feito
em encontro, em Washington,
com o presidente da Comissão
Européia, Romano Prodi, e com o
premiê grego, Costas Simitis, cujo
país exerce a Presidência rotativa
da União Européia. A França se
opõe à colocação do braço político do Hamas, que realiza ações
assistencialistas, na lista. O braço
armado já faz parte dela.
Apesar das declarações de Bush,
o porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, afirmou que qualquer
ato que reduza a violência, como
o cessar-fogo, "é um passo na direção correta". "Mas apenas um
passo", ressaltou o porta-voz.
Membros da ANP dizem, porém, que os EUA aceitaram o argumento do premiê palestino,
Abu Mazen, de que seu novo governo não é forte o suficiente para
combater o Hamas agora. Uma
ação nesse sentido, dizem, poderia levar a uma guerra civil. O objetivo da ANP, dizem analistas,
não é combater o Hamas e os outros grupos, mas trazê-los para o
campo de negociação política
após obter concessões de Israel.
Israel manifesta ceticismo em
relação ao possível cessar-fogo,
afirmando que o objetivo dos grupos terroristas, sob ataque israelense, é se reagrupar para cometer
mais atentados no futuro.
Autoridades palestinas afirmaram ontem que o Hamas e outros
grupos haviam chegado a acordo
para um cessar-fogo de três meses. A trégua incluiria o fim das
ações terroristas inclusive dentro
da Cisjordânia e da faixa de Gaza,
ocupadas por Israel desde a guerra de 1967. Mas importantes lideranças do Hamas negaram o
acordo. "Não sei nada sobre essas
informações. Estamos em um
processo de consultas. Todas as
vezes que estamos perto de uma
decisão, Israel age contra o nosso
povo", disse Abdel Aziz Rantissi,
líder político do Hamas ferido recentemente em ação israelense.
Ataques
Israel matou duas pessoas em
disparo de mísseis feitos contra
dois carros no campo de refugiados de Khan Younis, na faixa de
Gaza. Os mortos são uma mulher
e um militante do Hamas. O Exército disse que o objetivo era impedir o lançamento de morteiros
contra Israel. Em outros choques
na faixa de Gaza, outros dois militantes do Hamas foram mortos.
O ministro israelense Gideon
Erza disse ao Parlamento que
cresceu o risco de que o premiê
Ariel Sharon seja alvo de um ataque de radicais judeus, segundo
informações do Shin Bet (serviço
de segurança interna de Israel).
Com agências internacionais
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