UOL


São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IRAQUE OCUPADO

Tropas devem ser reforçadas após morte de seis soldados

Busca por armas provocou ataque contra britânicos

DA REDAÇÃO

As primeiras baixas britânicas após a tomada de Bagdá teriam sido provocadas por iraquianos ressentidos ao terem suas casas vasculhadas em busca de armas químicas. Segundo os moradores da região de Amarah (sul) -onde seis soldados britânicos foram mortos e oito foram feridos anteontem-, o ataque ocorreu após os britânicos dispararem balas de plástico contra manifestantes diante de uma delegacia.
Pensando que eles haviam disparado balas verdadeiras, os iraquianos reagiram a tiros de fuzil.
No confronto, disseram testemunhas, quatro civis foram mortos e 14 foram feridos. A população protestava contra as constantes vistorias no vilarejo de Majjar, 30 km ao sul de Amarah, onde os soldados invadiram casas usando cachorros e revistaram os quartos das mulheres -duas ofensas graves para os muçulmanos.
Passadas 14 semanas da invasão do Iraque, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada. Diante da pressão sobre os governos britânico e americano, as buscas foram intensificadas.
Um porta-voz britânico no Iraque, o coronel Ronnie McCourt, negou a versão de que os iraquianos reagiram a disparos e chamou o incidente de "assassinato". Os seis mortos eram policiais militares que treinavam a polícia local.
O premiê Tony Blair admitiu a versão iraquiana, dizendo que os soldados teriam tido problemas ao tentar desarmar a população.
Os moradores de Majjar disseram que foi imposto um prazo de 48 horas para a entrega dos responsáveis pela morte dos soldados britânicos, mas os militares negaram.

Mais tropas
Os britânicos, que controlam o sul do Iraque, elevaram seu estado de alerta na região, temendo que Majjar se torne um foco de tensão semelhante a Fallujah, no oeste do país, controlado pelos EUA, onde o ressentimento contra a presença americana cresceu enormemente após dois confrontos entre soldados e manifestantes em abril, que resultaram na morte de 17 civis iraquianos.
O ministro da Defesa britânico, Geoffrey Hoon, disse ontem que os fatos em Amarah levaram os militares a rever sua posição de que não enviariam mais tropas ao país e que mais soldados podem ser enviados. "Temos forças significativas disponíveis, se necessário", disse o ministro.
Até esta semana, nenhum incidente grave entre os soldados britânicos e os civis iraquianos havia sido registrado desde a tomada de Bagdá, em 9 de abril -no mesmo período, as tropas americanas, que ocupam região com mais simpatizantes do regime deposto, registram 46 mortes em combate


Com agências internacionais


Texto Anterior: Paz sob ataque: Bush exige desmantelamento do Hamas
Próximo Texto: EUA acham peças de equipamento nuclear, diz CNN
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.