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IRAQUE OCUPADO
Para militares, "cerco está fechando" em torno do ex-ditador; corpos de Uday e Qusay são maquiados e exibidos
EUA dizem ter pego seguranças de Saddam
DA REDAÇÃO
Três dias após matarem os filhos de Saddam Hussein, os EUA
anunciaram a captura de um grupo de supostos guarda-costas do
ex-ditador. Segundo o general
Ray Odierno, comandante da 4ª
Divisão de Infantaria, um iraquiano informou o local em que os homens se escondiam, em Tikrit, cidade natal de Saddam.
A operação ocorreu na noite de
anteontem. Ao todo, 13 pessoas
foram detidas e estão sendo interrogadas-entre cinco e dez seriam ex-guarda-costas.
Em outra operação, seguindo
informações de outro iraquiano,
os EUA descobriram um arsenal
enterrado em Samarra -cerca de
45 mil bananas de dinamite, 11
bombas caseiras, 34 lançadores de
granadas-foguetes com 150 granadas e cerca de 40 metralhadoras
e submetralhadoras foram
apreendidos.
"Falamos com uma das [duas]
mulheres [de Saddam]... e também com outras pessoas na região", disse Odierno. "Penso que
estamos apertando o cerco e obtendo mais informações sobre o
paradeiro dele."
Os EUA prenderam ou mataram até agora 37 dos 55 iraquianos mais procurados. Seguem foragidos 18, incluindo Saddam, desaparecido desde o início de abril.
Um suposto guarda-costas de
Uday disse, em entrevista ao jornal londrino "The Times", que
Saddam e seus filhos continuaram em Bagdá pelo menos uma
semana após a tomada da cidade,
em 9 de abril, tentando comandar
uma resistência. O homem, cujo
nome não foi revelado, teria sido
dispensado por Uday na capital.
Ataques
Segundo Odierno, que comanda as tropas na tensa região noroeste do Iraque, o número de informações levadas por iraquianos
aos americanos cresceu desde o
anúncio da morte de Uday e Qusay, na terça-feira. O paradeiro
deles foi revelado por um iraquiano -que deverá receber US$ 30
milhões como recompensa.
O general também afirmou terem diminuído os ataques sofridos por suas tropas nas últimas
semanas, quando foram detidos
cerca de mil iraquianos. Mas as
ações ficaram mais sofisticadas.
Os EUA atribuem a onda de violência -até agora, 44 americanos
morreram em ações iraquianas
no pós-guerra- a simpatizantes
do regime deposto. Mas analistas
políticos apontam outros grupos
que também estariam agindo.
Em pregação em Kufa (sul), o
clérigo xiita Muqtada al Sadr prometeu formar "um exército religioso sem armas" para expulsar
os americanos de Najaf, cidade
sagrada para a corrente muçulmana majoritária no sul do país.
Maquiagem
Muitos iraquianos duvidam que
Uday, 39, e Qusay, 37, tenham sido mortos -mesmo após o Comando Central Americano (Centcom) divulgar fotos dos corpos
deformados e com barbas espessas, que eles não usavam antes da
guerra. Assim, antes de exibir os
corpos a jornalistas, o Centcom
decidiu maquiá-los, aparar as
barbas e implantar tufos de cabelo, tornando-os mais parecidos
com suas imagens em vida.
A decisão foi criticada por líderes muçulmanos. "Os corpos de
Uday e Qusay deveriam ter sido
lavados e enterrados imediatamente, mas os americanos não
respeitam nossas tradições e nossa doutrina", disse Hamza Mansour, secretário-geral da Frente de
Ação Islâmica, da Jordânia.
Apesar dos rostos maquiados,
os corpos traziam mais de 20
marcas de tiros cada, pontos resultantes da autópsia, queimaduras e enormes hematomas.
Segundo os legistas, Qusay tinha duas marcas de bala na cabeça, provavelmente disparadas por
soldados. Já Uday morreu ao ser
atingido na cabeça por escombros
-a casa em que estavam foi atacada com mísseis.
Com agências internacionais
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