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ORIENTE MÉDIO
Após encontro nos EUA, presidente anuncia ajuda financeira à ANP; Israel deve deixar mais duas cidades palestinas
Bush vê Mazen e promete ajuda; Israel faz concessões
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, prometeu ontem ajudar
economicamente a Autoridade
Nacional Palestina (ANP) durante encontro com o premiê palestino, Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu Mazen), em
Washington. O governo de Israel,
por sua vez, anunciou uma série
de concessões aos palestinos, em
mais um avanço, tímido, no cumprimento do plano de paz para a
região, apoiado pelos EUA.
Entre as concessões estão a
transferência do controle de mais
duas cidades da Cisjordânia para
a ANP e o fechamento de postos
de controle em estradas da região.
Bush prometeu incrementar os
laços econômicos com a ANP e
disse que enviará seus secretários
do Tesouro e do Comércio para a
região para verificar que tipo de
ajuda americana é necessária.
As concessões aos palestinos
são uma tentativa de fortalecer a
posição política de Mazen, ameaçada pela oposição de setores
mais duros que o acusam de ceder
demais a Israel sem obter nada
em troca.
Mazen foi nomeado premiê em
abril pelo presidente da ANP, Iasser Arafat, afastado do processo
de paz por exigência de Israel e
dos EUA, que o acusam de fomentar ou tolerar o terrorismo.
Arafat, confinado por Israel em
seu QG em Ramallah há meses,
nega as acusações.
"Precisamos melhorar as condições de vida dos palestinos comuns", disse Bush após o encontro na Casa Branca. Mazen pediu
a Bush um compromisso financeiro maior com a ANP, mas não
especificou o montante da ajuda.
Washington havia praticamente cortado seus laços com a ANP
até a chegada de Mazen ao poder.
Os EUA pretendem financiar
serviços básicos palestinos para
tentar reduzir a influência do grupo terrorista Hamas, cuja facção
política administra uma rede de
escolas e serviços assistenciais que
ocupam os espaços deixados pelas instituições ineficientes da
ANP. Ainda assim, a ajuda financeira que os EUA dão aos palestinos, que neste ano deve chegar a
US$ 200 milhões, ainda é muito
menor do que os cerca de US$ 3
bilhões que Israel recebe de Washington anualmente.
Muro
Em comunicado, o governo de
Israel prometeu tomar uma série
de medidas para "avançar nas negociações" com a ANP. Entre elas
está uma promessa de reduzir as
dificuldades causadas pela construção de um muro que separa
áreas palestinas de áreas israelenses, uma medida que Israel diz ser
necessária para conter os ataques
suicidas cometidos por terroristas
palestinos em suas cidades.
Bush, que se reunirá na terça-feira com o premiê israelense,
Ariel Sharon, elogiou o anúncio
de Israel, classificado por um ministro palestino de "estratégia de
relações públicas". Ainda assim,
Bush criticou a construção do
muro. "Acho que o muro é um
problema, e eu já discuti isso com
Ariel Sharon", disse. "É muito difícil desenvolver confiança entre
os palestinos e Israel com um muro cruzando a Cisjordânia", disse.
Israel também prometeu conceder mais 8.500 permissões para
palestinos trabalharem em Israel
e libertar "centenas" de prisioneiros palestinos. Os palestinos, porém, exigem a libertação de todos
os cerca de 6.000 presos ao longo
de quase 34 meses de Intifada.
Com agências internacionais
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