UOL


São Paulo, sábado, 26 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Após encontro nos EUA, presidente anuncia ajuda financeira à ANP; Israel deve deixar mais duas cidades palestinas

Bush vê Mazen e promete ajuda; Israel faz concessões

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, prometeu ontem ajudar economicamente a Autoridade Nacional Palestina (ANP) durante encontro com o premiê palestino, Mahmoud Abbas (mais conhecido como Abu Mazen), em Washington. O governo de Israel, por sua vez, anunciou uma série de concessões aos palestinos, em mais um avanço, tímido, no cumprimento do plano de paz para a região, apoiado pelos EUA.
Entre as concessões estão a transferência do controle de mais duas cidades da Cisjordânia para a ANP e o fechamento de postos de controle em estradas da região.
Bush prometeu incrementar os laços econômicos com a ANP e disse que enviará seus secretários do Tesouro e do Comércio para a região para verificar que tipo de ajuda americana é necessária.
As concessões aos palestinos são uma tentativa de fortalecer a posição política de Mazen, ameaçada pela oposição de setores mais duros que o acusam de ceder demais a Israel sem obter nada em troca.
Mazen foi nomeado premiê em abril pelo presidente da ANP, Iasser Arafat, afastado do processo de paz por exigência de Israel e dos EUA, que o acusam de fomentar ou tolerar o terrorismo. Arafat, confinado por Israel em seu QG em Ramallah há meses, nega as acusações.
"Precisamos melhorar as condições de vida dos palestinos comuns", disse Bush após o encontro na Casa Branca. Mazen pediu a Bush um compromisso financeiro maior com a ANP, mas não especificou o montante da ajuda.
Washington havia praticamente cortado seus laços com a ANP até a chegada de Mazen ao poder.
Os EUA pretendem financiar serviços básicos palestinos para tentar reduzir a influência do grupo terrorista Hamas, cuja facção política administra uma rede de escolas e serviços assistenciais que ocupam os espaços deixados pelas instituições ineficientes da ANP. Ainda assim, a ajuda financeira que os EUA dão aos palestinos, que neste ano deve chegar a US$ 200 milhões, ainda é muito menor do que os cerca de US$ 3 bilhões que Israel recebe de Washington anualmente.

Muro
Em comunicado, o governo de Israel prometeu tomar uma série de medidas para "avançar nas negociações" com a ANP. Entre elas está uma promessa de reduzir as dificuldades causadas pela construção de um muro que separa áreas palestinas de áreas israelenses, uma medida que Israel diz ser necessária para conter os ataques suicidas cometidos por terroristas palestinos em suas cidades.
Bush, que se reunirá na terça-feira com o premiê israelense, Ariel Sharon, elogiou o anúncio de Israel, classificado por um ministro palestino de "estratégia de relações públicas". Ainda assim, Bush criticou a construção do muro. "Acho que o muro é um problema, e eu já discuti isso com Ariel Sharon", disse. "É muito difícil desenvolver confiança entre os palestinos e Israel com um muro cruzando a Cisjordânia", disse.
Israel também prometeu conceder mais 8.500 permissões para palestinos trabalharem em Israel e libertar "centenas" de prisioneiros palestinos. Os palestinos, porém, exigem a libertação de todos os cerca de 6.000 presos ao longo de quase 34 meses de Intifada.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Firma que custeou Bush vai coordenar reforma econômica
Próximo Texto: Palestino de 4 anos é morto por soldado
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.