São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2010

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Em crise, BP deve trocar CEO britânico por americano

Tony Hayward teve destaque por gafes de menosprezo com o pior desastre ambiental da história dos EUA

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O CEO (executivo-chefe) da petroleira BP, Tony Hayward, deverá perder o cargo hoje, em reunião da diretoria da empresa, em Londres.
Ele deve dar lugar ao diretor Robert Dudley, que já o havia substituído em junho na chefia das operações no golfo do México, onde a empresa foi responsável pelo vazamento que se transformou no pior desastre ambiental da história dos EUA.
Sob condição de anonimato, funcionários da empresa confirmaram à mídia que a troca é negociada há alguns dias e deverá ser anunciada no máximo até amanhã.
Para que ela seja concretizada, é necessária a aprovação da diretoria hoje.
Questionado, o porta-voz da BP, Toby Odone, disse ontem que Hayward "continua como executivo-chefe e tem a confiança da diretoria".

GAFES
O CEO sofre críticas pela má condução da crise detonada pela explosão da plataforma que matou 11 e gerou um megavazamento na costa dos EUA. Até a contenção do fluxo, no dia 15, foram jogados no oceano até 697 milhões de litros de petróleo.
O Congresso americano conduz uma investigação para determinar se a BP ameaçou a segurança para economizar. A BP ainda não encerrou sua sindicância do caso.
Entre as maiores gafes cometidas por Hayward nos últimos três meses estão comparecer a uma corrida de iates e dizer a jornalistas que era quem mais ansiava pelo fim do vazamento, porque queria "sua vida de volta".
Na semana passada, a BP informou ter gasto R$ 7 bilhões com o acidente. O balanço do segundo trimestre -o primeiro desde a explosão- sairá amanhã.
Hayward chegou à BP em 1982 como geólogo e, atualmente, recebe 1,045 milhão (R$ 2,8 milhões) por ano. Somados os bônus, em 2009, ele recebeu mais de 4 milhões (R$ 10,8 milhões), conforme relatório da empresa.
O seu sucessor, americano, foi criado no Mississippi, um dos Estados afetados pelo vazamento. Caso o nome seja confirmado, esta será a primeira vez que um não britânico assume a empresa, informou o jornal "Telegraph".

VAZAMENTO
No final da semana passada, as equipes que tentam tirar a válvula onde a explosão aconteceu tiveram de parar devido à ameaça da passagem da tempestade tropical Bonnie pela região.
Os esforços foram retomados ontem, mas a estimativa é que o problema só seja totalmente resolvido no meio de agosto, com o término da escavação de um poço alternativo. Porém, segundo o almirante da Guarda Costeira Thad Allen, o número um do governo americano no episódio, as atividades irão parar novamente, caso haja risco de tempestade.
O almirante negou saber da provável saída de Hayward. "Não sei sobre o funcionamento interno da BP."


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