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Em crise, BP deve trocar CEO britânico por americano
Tony Hayward teve destaque por gafes de menosprezo com o pior desastre ambiental da história dos EUA
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O CEO (executivo-chefe)
da petroleira BP, Tony Hayward, deverá perder o cargo
hoje, em reunião da diretoria
da empresa, em Londres.
Ele deve dar lugar ao diretor Robert Dudley, que já o
havia substituído em junho
na chefia das operações no
golfo do México, onde a empresa foi responsável pelo
vazamento que se transformou no pior desastre ambiental da história dos EUA.
Sob condição de anonimato, funcionários da empresa
confirmaram à mídia que a
troca é negociada há alguns
dias e deverá ser anunciada
no máximo até amanhã.
Para que ela seja concretizada, é necessária a aprovação da diretoria hoje.
Questionado, o porta-voz
da BP, Toby Odone, disse ontem que Hayward "continua
como executivo-chefe e tem a
confiança da diretoria".
GAFES
O CEO sofre críticas pela
má condução da crise detonada pela explosão da plataforma que matou 11 e gerou
um megavazamento na costa
dos EUA. Até a contenção do
fluxo, no dia 15, foram jogados no oceano até 697 milhões de litros de petróleo.
O Congresso americano
conduz uma investigação para determinar se a BP ameaçou a segurança para economizar. A BP ainda não encerrou sua sindicância do caso.
Entre as maiores gafes cometidas por Hayward nos últimos três meses estão comparecer a uma corrida de iates e dizer a jornalistas que
era quem mais ansiava pelo
fim do vazamento, porque
queria "sua vida de volta".
Na semana passada, a BP
informou ter gasto R$ 7 bilhões com o acidente. O balanço do segundo trimestre
-o primeiro desde a explosão- sairá amanhã.
Hayward chegou à BP em
1982 como geólogo e, atualmente, recebe 1,045 milhão
(R$ 2,8 milhões) por ano. Somados os bônus, em 2009,
ele recebeu mais de 4 milhões (R$ 10,8 milhões), conforme relatório da empresa.
O seu sucessor, americano, foi criado no Mississippi,
um dos Estados afetados pelo vazamento. Caso o nome
seja confirmado, esta será a
primeira vez que um não britânico assume a empresa, informou o jornal "Telegraph".
VAZAMENTO
No final da semana passada, as equipes que tentam tirar a válvula onde a explosão
aconteceu tiveram de parar
devido à ameaça da passagem da tempestade tropical
Bonnie pela região.
Os esforços foram retomados ontem, mas a estimativa
é que o problema só seja totalmente resolvido no meio
de agosto, com o término da
escavação de um poço alternativo. Porém, segundo o almirante da Guarda Costeira
Thad Allen, o número um do
governo americano no episódio, as atividades irão parar
novamente, caso haja risco
de tempestade.
O almirante negou saber
da provável saída de Hayward. "Não sei sobre o funcionamento interno da BP."
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