São Paulo, Segunda-feira, 26 de Julho de 1999
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COLÔMBIA
Porta-voz militar diz que país não pensa em participar de operação contra guerrilha
EUA descartam intervir na Colômbia

MARCIO AITH
de Washington

O porta-voz do Comando Sul do Exército norte-americano, coronel John Snyder, disse ontem que os EUA não pretendem intervir na Colômbia para combater a ofensiva das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) contra o governo do presidente Andrés Pastrana. "Nunca cogitamos intervir; essa idéia não existe", disse ele à Folha.
Os rumores de uma possível intervenção militar norte-americana na Colômbia, a pedido do presidente Pastrana, começaram no começo da última semana em razão do retrocesso nas negociações de paz entre o governo colombiano e a guerrilha de orientação marxista que controla cerca de 30% do território do país.
Esses rumores ficaram mais fortes anteontem, quando um avião militar conduzindo cinco militares norte-americanos e dois colombianos desapareceu numa área da Colômbia controlada pela guerrilha. Ainda não se sabe se o avião foi derrubado ou se sofreu um acidente. A aeronave fazia um vôo de patrulhamento militar.
Os EUA têm cerca de 250 funcionários na Colômbia, civis e militares. A maioria está envolvida nas operações antidroga conduzidas pela polícia e pelo Exército colombiano sob treinamento e patrocínio financeiro dos EUA.
Segundo Snyder, 25 aviões militares e mais de cem soldados participavam da operação de resgate aos tripulantes do avião.
O desaparecimento ocorreu um dia antes da chegada a Colômbia do mais poderoso funcionário norte-americano dentro da política antidrogas do governo dos EUA, Barry McCaffrey. McCaffrey disse ontem que o avião havia sido localizado, mas não soube determinar as causas da queda.
Conhecido como o "Czar das Drogas", McCaffrey partiu dos EUA com o objetivo de discutir um aumento da ajuda financeira e tática norte-americana à polícia e ao Exército colombianos.
Para o governo dos EUA, as Farc seriam o braço armado do narcotráfico colombiano que fornece 50% da cocaína que entra no território norte-americano.
Styner disse que a operação de resgate do avião estava sendo comandada pelo Exército colombiano.

Argentina
O presidente argentino, Carlos Menem, não descarta a possibilidade de intervenção no conflito entre o governo e as Farc. "Se a Colômbia pedir, a Argentina, por solidariedade, estará lá", declarou o presidente à Rádio Nacional.


Colaborou André Soliani, de Buenos Aires

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