São Paulo, Segunda-feira, 26 de Julho de 1999
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Pesquisa mostra população otimista

das agências internacionais

Enquanto convive com uma taxa de desemprego de cerca de 11,9% e uma inflação acumulada de cerca de 10% durante os primeiros seis meses do ano, a Venezuela deposita suas esperanças de virar o jogo econômico na nova Assembléia Constituinte.
Segundo uma pesquisa do instituto Datanálisis, cerca de 60% da população espera que a constituinte resolva os problemas de desemprego.
Chávez, cujos índices de popularidade se mantêm altos -cerca de 73% de aprovação popular após cinco meses de governo- mesmo com a economia claudicante e o aumento do desemprego, incentiva esse tipo de esperança, afirmando que a nova constituinte reformará os Poderes, que são controlados tradicionalmente por partidos acusados por ele de corrupção.
Para Luis Vicente León, diretor do Datanálisis, as expectativas da população em relação a melhorias sociais e econômicas são muito exageradas. "Muitos problemas não podem ser resolvidos no curto prazo."
Cerca de 40% da população está a favor da iniciativa de Chávez de mudar a Constituição, reformar o Estado e reestruturar o Poder Judiciário. As pessoas também esperam que, com essas medidas, o presidente tire o país da crise.

Economia
Apesar de a Venezuela ser o terceiro maior exportador mundial de petróleo (produz em média 2,7 milhões de barris por dia), a recessão faz parte do cotidiano da maioria de seus 23,4 milhões de habitantes. O país, que conta com 8,8 milhões de trabalhadores, deve enfrentar até o fim do ano um déficit público de cerca de US$ 8 milhões.
Um dos maiores desafios de Chávez será o de aumentar a renda per capita, de US$ 2.993 (dado de 1996), e as reservas internacionais, que hoje chegam a US$ 14,3 milhões, garantindo a base para a retomada econômica e conquistando a fidelidade de pessoas como o desempregado Andrés Rueda, 44.
"Esperamos que haja emprego, dinheiro, saúde e educação", disse ele pouco antes de votar, repetindo um discurso feito várias vezes nos locais de votação.


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