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Facebook teria "lista da morte" na Colômbia
Três jovens com os nomes divulgados na rede social foram assassinados desde julho
DE SÃO PAULO
A polícia colombiana investiga a origem de três listas
que foram divulgadas na rede social Facebook com os
nomes de cerca de cem jovens do Departamento (Estado) de Putumayo, no sul do
país. Eles estariam sendo
ameaçados de morte caso
não deixem a cidade.
Algumas autoridades consideram o caso uma "piada",
mas ao menos três assassinatos estão ligados a essas listas. Dois jovens que andavam de moto foram mortos
em 16 de julho em Putumayo,
segundo um registro policial.
O estudante Diego Ferney
Jaramillo, 16, e o vendedor de
CDs Eibart Alejandro Ruiz
Muñoz, 17, foram assassinados na estrada que liga as cidades de Puerto Asís e Puerto
Caicedo, segundo informações da rede CNN.
Moradores do local disseram que, no dia seguinte ao
crime, foi publicada a primeira lista com os nomes de nove jovens, incluindo essas
duas vítimas.
Também aparecia o nome
de Norbey Alexander Vargas,
19, que foi morto em 20 de
agosto, segundo a CNN. Outro jovem, Juan Pablo Zambrano Anacona, 16, ficou ferido no mesmo incidente.
Outras duas listas foram
divulgadas no Facebook posteriormente, com os nomes
de cerca de 90 jovens no total. Alguns já teriam deixado
a cidade.
Nos últimos dias, surgiu a
hipótese de que a publicação
das listas tenha sido apenas
uma piada entre estudantes,
que começou após o assassinato dos dois primeiros.
Essa teoria foi defendida
pelo secretário de governo de
Puerto Asís, Andrés Verdugo, e por alguns pais.
EXILADOS
"Depois dessas duas mortes, segundo as investigações iniciais da polícia, parece que os jovens começaram
a interagir no Facebook e a
lista foi sendo criada, e aumentando cada vez mais",
disse Verdugo. "Essas mensagens não têm assinatura de
nenhuma pessoa ou grupo."
O pai de um dos jovens
ameaçados disse a jornalistas que "não se descarta que
se trate de uma brincadeira
entre colegas, pois vários
aparecem com apelidos que
só eles conhecem".
"Meu filho está tranquilo,
ele me disse que não tem medo porque não fez nada",
afirmou um homem, que pediu para não ser identificado,
ao jornal "El Tiempo".
Porém, a imprensa local
afirma que alguns pais que tiveram os nomes dos filhos citados nas listas já os mandaram para fora da cidade.
Autoridades ouvidas pela
rede CNN disseram que a
gangue Los Rastrojos e as
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)
operam na região.
As autoridades ofereceram 5 milhões de pesos (cerca de R$ 5 mil) por informações sobre os assassinatos,
informa a CNN.
Com France Presse
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