São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2010

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Facebook teria "lista da morte" na Colômbia

Três jovens com os nomes divulgados na rede social foram assassinados desde julho

DE SÃO PAULO

A polícia colombiana investiga a origem de três listas que foram divulgadas na rede social Facebook com os nomes de cerca de cem jovens do Departamento (Estado) de Putumayo, no sul do país. Eles estariam sendo ameaçados de morte caso não deixem a cidade.
Algumas autoridades consideram o caso uma "piada", mas ao menos três assassinatos estão ligados a essas listas. Dois jovens que andavam de moto foram mortos em 16 de julho em Putumayo, segundo um registro policial.
O estudante Diego Ferney Jaramillo, 16, e o vendedor de CDs Eibart Alejandro Ruiz Muñoz, 17, foram assassinados na estrada que liga as cidades de Puerto Asís e Puerto Caicedo, segundo informações da rede CNN.
Moradores do local disseram que, no dia seguinte ao crime, foi publicada a primeira lista com os nomes de nove jovens, incluindo essas duas vítimas.
Também aparecia o nome de Norbey Alexander Vargas, 19, que foi morto em 20 de agosto, segundo a CNN. Outro jovem, Juan Pablo Zambrano Anacona, 16, ficou ferido no mesmo incidente.
Outras duas listas foram divulgadas no Facebook posteriormente, com os nomes de cerca de 90 jovens no total. Alguns já teriam deixado a cidade.
Nos últimos dias, surgiu a hipótese de que a publicação das listas tenha sido apenas uma piada entre estudantes, que começou após o assassinato dos dois primeiros.
Essa teoria foi defendida pelo secretário de governo de Puerto Asís, Andrés Verdugo, e por alguns pais.

EXILADOS
"Depois dessas duas mortes, segundo as investigações iniciais da polícia, parece que os jovens começaram a interagir no Facebook e a lista foi sendo criada, e aumentando cada vez mais", disse Verdugo. "Essas mensagens não têm assinatura de nenhuma pessoa ou grupo."
O pai de um dos jovens ameaçados disse a jornalistas que "não se descarta que se trate de uma brincadeira entre colegas, pois vários aparecem com apelidos que só eles conhecem".
"Meu filho está tranquilo, ele me disse que não tem medo porque não fez nada", afirmou um homem, que pediu para não ser identificado, ao jornal "El Tiempo".
Porém, a imprensa local afirma que alguns pais que tiveram os nomes dos filhos citados nas listas já os mandaram para fora da cidade.
Autoridades ouvidas pela rede CNN disseram que a gangue Los Rastrojos e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) operam na região.
As autoridades ofereceram 5 milhões de pesos (cerca de R$ 5 mil) por informações sobre os assassinatos, informa a CNN.

Com France Presse



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