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ORIENTE MÉDIO
Governo de Israel rejeita pressão da ONU
Peres condiciona fim do cerco a Arafat a ação palestina antiterror
DA REDAÇÃO
Israel irá cumprir a sua parte na resolução da ONU somente se os palestinos fizerem o mesmo, afirmou ontem o chanceler israelense, Shimon Peres.
A resolução, aprovada anteontem por 14 votos a zero no Conselho de Segurança, com abstenção dos EUA, exige que Israel encerre imediatamente o cerco ao quartel-general do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina),
Iasser Arafat, em Ramallah (Cisjordânia), enquanto os palestinos
devem combater o terrorismo.
O cerco completou ontem uma
semana, e o impasse continuava
sem perspectiva de solução.
"Nós não cumpriremos a nossa
parte porque os palestinos não
cumprem a deles", afirmou o
chanceler, tido como um dos
mais moderados do gabinete do
premiê israelense, Ariel Sharon.
Os EUA voltaram a criticar o
cerco israelense. "Queremos que
Israel respeite a resolução", disse
o porta-voz do Departamento de
Estado americano, Richard Boucher.
A decisão dos EUA de não usar
o poder de veto para impedir a
aprovação da resolução se deve,
segundo analistas, a uma tentativa de não desagradar aos países
árabes em um momento em que o
país busca apoio para uma ação
contra o Iraque. Os EUA são o
principal aliado de Israel.
Segundo Peres, os dois lados estavam negociando uma saída para o fim do cerco. Israel somente
admite levantá-lo se 19 militantes
com supostas ligações com o terrorismo -que estariam dentro
do QG de Arafat- se entreguem.
Já os palestinos afirmam que as
negociações foram suspensas por
causa de Israel. Saeb Erekat, principal negociador da ANP, afirmou que cancelou o diálogo com
os israelenses após Israel impedir
que diplomatas estrangeiros se
reunissem com o líder palestino.
Na noite de ontem, militares israelenses realizaram disparos
contra o QG, mas não houve vítimas. Ao todo, há cerca de 200 palestinos com Arafat nos escritórios, única parte do complexo que
ainda não foi destruída.
De madrugada, 500 palestinos
marcharam em Ramallah carregando pôsteres de Arafat.
Em uma operação ontem, forças de segurança palestinas prenderam 18 colaboradores de Israel.
Na Cisjordânia, o Exército de Israel demoliu três casas de familiares de suicidas palestinos. Uma
delas era de Abdel Khaled Natche,
líder do Hamas em Hebron.
Na cidade, militares ocuparam
duas casas palestinas, onde hastearam bandeiras israelenses.
Três mísseis de fabricação caseira Qassam, do grupo extremista
Hamas, foram disparados desde a
faixa de Gaza contra o território
israelense, ferindo quatro. Cerca
de 15 palestinos e dois israelenses
ficaram feridos em choques ontem na Cisjordânia e em Gaza.
Em Nablus (Cisjordânia), colonos judeus estabeleceram um assentamento, chamado de Rehalim, com 14 prédios, onde irão
morar 24 famílias. Para os palestinos, o assentamento é ilegal.
Com agências internacionais
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