DA REDAÇÃO

Dois homens armados invadiram ontem o escritório de uma organização filantrópica e mataram sete cristãos em Karachi, no Paquistão. Os agressores conseguiram fugir. O ataque parece fazer parte da onda de atentados contra estrangeiros e membros da comunidade cristã iniciada após o governo do ditador Pervez Musharraf ter se aliado aos EUA na "guerra ao terrorismo".
Segundo a polícia, todas as vítimas foram assassinadas com tiros à queima-roupa na cabeça, após terem sido amarradas e amordaçadas. Outras duas pessoas ficaram gravemente feridas. Uma delas foi baleada, sobreviveu e corre o risco de perder os movimentos do lado esquerdo do corpo.
"Não sabemos como isso aconteceu", disse chorando Sakina Rahmat, funcionária que não estava no escritório no momento do ataque. "Não temos inimizade com ninguém. Como isso pôde ter acontecido conosco?"
O crime aconteceu no terceiro andar de um edifício no centro da cidade, na sede da Organização para a Paz e a Justiça. O grupo atende tanto cristãos como muçulmanos. Oferece ajuda jurídica aos pobres, aconselhamento a mulheres e apoio a pequenos projetos de desenvolvimento.
"Parece um ato terrorista", disse Syed Kamal Shah, chefe da polícia provincial. "Não descartamos possíveis ligações com os recentes ataques contra minorias e cidadãos estrangeiros." Esse foi o sexto ataque de grande porte contra cristãos e estrangeiros neste ano no Paquistão. Mais de 40 pessoas morreram nessas ações.