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Argentina privilegia boas relações
e corteja ambos os candidatos
DE BUENOS AIRES
O governo argentino adotou
uma atitude pragmática sobre
disputa presidencial americana e
resolveu agradar aos dois lados da
disputa. Na opinião de analistas, o
governo ficou preferiu garantir
boas relações qualquer que seja o
resultado da eleição.
O presidente Néstor Kirchner
enviou representantes às convenções que confirmaram as candidaturas do presidente republicano George W. Bush à reeleição e
do democrata John Kerry. Em julho, o vice-presidente, Daniel
Scioli, assistiu à convenção do
Partido Democrata em Boston.
Na mesma viagem, a primeira-dama e senadora peronista, Cristina Kirchner, participou de um
encontro de mulheres democratas com a ex-primeira-dama e senadora Hillary Clinton. Cristina
falou a Hillary da simpatia do governo pelo partido por causa da
tendência dos democratas ao
multilateralismo, em oposição à
tendência isolacionista de Bush.
No início de setembro, Scioli
também participou da convenção
do Partido Republicano em Nova
York. O elogio aos republicanos
foi feito há duas semanas pelo
chanceler Rafael Bielsa. Em entrevista ao jornal "Clarín", Bielsa disse que a eleição nos EUA não
preocupa o governo porque,
qualquer que seja o resultado, a
América Latina vai continuar fora
da lista de prioridades da política
externa americana.
No entanto o ministro disse que
"estar satisfeito" com as relações
com o governo Bush, enquanto
uma eventual vitória de Kerry traria "certa incerteza".
Segundo Bielsa, como tradicionalmente os republicanos são
mais liberais em termos de comércio, durante a atual administração foi possível avançar em termos de negociações comerciais.
"Bush não misturou o lado político com o comercial. Embora a
Argentina tenha se aproximado
do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, os EUA foram mais
flexíveis nos últimos dois anos
com relação à moratória da dívida
argentina do que a Europa e o Japão, e o governo reconhece isso",
disse Juan Gabriel Tokatlian, da
Universidade de San Andrés.
Mas Buenos Aires teme que um
novo mandato de Bush endureça
a atitude americana por excesso
de confiança.
(CLÁUDIA DIANNI)
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