São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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Argentina privilegia boas relações e corteja ambos os candidatos

DE BUENOS AIRES

O governo argentino adotou uma atitude pragmática sobre disputa presidencial americana e resolveu agradar aos dois lados da disputa. Na opinião de analistas, o governo ficou preferiu garantir boas relações qualquer que seja o resultado da eleição.
O presidente Néstor Kirchner enviou representantes às convenções que confirmaram as candidaturas do presidente republicano George W. Bush à reeleição e do democrata John Kerry. Em julho, o vice-presidente, Daniel Scioli, assistiu à convenção do Partido Democrata em Boston.
Na mesma viagem, a primeira-dama e senadora peronista, Cristina Kirchner, participou de um encontro de mulheres democratas com a ex-primeira-dama e senadora Hillary Clinton. Cristina falou a Hillary da simpatia do governo pelo partido por causa da tendência dos democratas ao multilateralismo, em oposição à tendência isolacionista de Bush.
No início de setembro, Scioli também participou da convenção do Partido Republicano em Nova York. O elogio aos republicanos foi feito há duas semanas pelo chanceler Rafael Bielsa. Em entrevista ao jornal "Clarín", Bielsa disse que a eleição nos EUA não preocupa o governo porque, qualquer que seja o resultado, a América Latina vai continuar fora da lista de prioridades da política externa americana.
No entanto o ministro disse que "estar satisfeito" com as relações com o governo Bush, enquanto uma eventual vitória de Kerry traria "certa incerteza".
Segundo Bielsa, como tradicionalmente os republicanos são mais liberais em termos de comércio, durante a atual administração foi possível avançar em termos de negociações comerciais.
"Bush não misturou o lado político com o comercial. Embora a Argentina tenha se aproximado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, os EUA foram mais flexíveis nos últimos dois anos com relação à moratória da dívida argentina do que a Europa e o Japão, e o governo reconhece isso", disse Juan Gabriel Tokatlian, da Universidade de San Andrés.
Mas Buenos Aires teme que um novo mandato de Bush endureça a atitude americana por excesso de confiança. (CLÁUDIA DIANNI)


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