São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2007

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ELEIÇÕES NA ARGENTINA /ÚLTIMO COMÍCIO

Chuva fecha campanha de Cristina

Primeira-dama escolhe mesmo palco usado por seu marido em 2003

Discurso focou "sonho" dos Kirchner para o país; em entrevista, senadora diz que escândalos de corrupção se devem a maior fiscalização

RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

DO ENVIADO A BUENOS AIRES Com um discurso de 25 minutos em um ato sob chuva no Mercado Central de Buenos Aires, a primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner, favorita a se tornar no próximo domingo a primeira mulher eleita presidente da Argentina, encerrou ontem sua campanha.
O palco escolhido foi o mesmo onde seu marido, Néstor Kirchner, encerrou a sua campanha em 2003 e onde a própria Cristina fez seu ato final na disputa pelo Senado em 2005.
A chuva que caiu na região chegou a ameaçar o comício. O teto do palco onde Cristina discursaria caiu. Cerca de 50 mil pessoas foram ao ato em La Matanza, periferia de Buenos Aires, segundo os realizadores.
Cristina focou o discurso nos "sonhos" dela e de Kirchner para o país. "Em um dia como hoje, um homem que vinha do sul junto a sua companheira de toda a vida, vinha contar os sonhos que tínhamos. Tínhamos o sonho de recuperar a dignidade de milhões de argentinos [...] de saber que as decisões se tomavam na Casa Rosada e no Parlamento e não nos escritórios do FMI", disse no último comício -é proibido fazer comícios 48 horas antes do pleito.
A campanha de Cristina tratou de manter a imprensa distante do ato. Centenas de policiais só permitiram o acesso de jornalistas "convidados". Apesar de ter pedido o credenciamento para o evento, e de ter recebido resposta positiva (cópia de e-mail foi apresentada a policias), a reportagem da Folha não foi autorizada a entrar.
Antes do ato, Cristina deu duas entrevistas a rádios e ao canal TN -até anteontem, não tinha falado com a imprensa argentina durante a eleição.
Pela primeira vez na campanha, a senadora se viu forçada a falar sobre corrupção. E usou um discurso parecido ao de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2006: os escândalos surgiram porque o governo investigou, e os envolvidos foram afastados. Para Cristina, a relação com os EUA de "normal e séria". "As diferenças são públicas, como a oposição à Guerra do Iraque, uma posição latino-americana."


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