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ELEIÇÕES NA ARGENTINA /ÚLTIMO COMÍCIO
Chuva fecha campanha de Cristina
Primeira-dama escolhe mesmo palco usado por
seu marido em 2003
Discurso focou "sonho" dos
Kirchner para o país; em
entrevista, senadora diz que
escândalos de corrupção se
devem a maior fiscalização
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
DO ENVIADO A BUENOS AIRES
Com um discurso de 25 minutos em um ato sob chuva no
Mercado Central de Buenos Aires, a primeira-dama Cristina
Fernández de Kirchner, favorita a se tornar no próximo domingo a primeira mulher eleita
presidente da Argentina, encerrou ontem sua campanha.
O palco escolhido foi o mesmo onde seu marido, Néstor
Kirchner, encerrou a sua campanha em 2003 e onde a própria Cristina fez seu ato final na
disputa pelo Senado em 2005.
A chuva que caiu na região
chegou a ameaçar o comício. O
teto do palco onde Cristina discursaria caiu. Cerca de 50 mil
pessoas foram ao ato em La
Matanza, periferia de Buenos
Aires, segundo os realizadores.
Cristina focou o discurso nos
"sonhos" dela e de Kirchner para o país. "Em um dia como hoje, um homem que vinha do sul
junto a sua companheira de toda a vida, vinha contar os sonhos que tínhamos. Tínhamos
o sonho de recuperar a dignidade de milhões de argentinos [...]
de saber que as decisões se tomavam na Casa Rosada e no
Parlamento e não nos escritórios do FMI", disse no último
comício -é proibido fazer comícios 48 horas antes do pleito.
A campanha de Cristina tratou de manter a imprensa distante do ato. Centenas de policiais só permitiram o acesso de jornalistas "convidados". Apesar de ter pedido o credenciamento para o evento, e de ter
recebido resposta positiva (cópia de e-mail foi apresentada a
policias), a reportagem da Folha não foi autorizada a entrar.
Antes do ato, Cristina deu
duas entrevistas a rádios e ao
canal TN -até anteontem, não
tinha falado com a imprensa argentina durante a eleição.
Pela primeira vez na campanha, a senadora se viu forçada a
falar sobre corrupção. E usou
um discurso parecido ao de
Luiz Inácio Lula da Silva na
campanha de 2006: os escândalos surgiram porque o governo investigou, e os envolvidos
foram afastados. Para Cristina,
a relação com os EUA de "normal e séria". "As diferenças são
públicas, como a oposição à
Guerra do Iraque, uma posição
latino-americana."
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