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São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

EUA dizem que rebeldes agora preferem atacar iraquianos

ONU cria grupo para debater Iraque

DA REDAÇÃO

A Organização das Nações Unidas vai criar um grupo de países "amigos da ONU" para examinar alternativas para o futuro do Iraque. "É importante que nós tentemos construir um consenso internacional para trabalhar na estabilização do Iraque", afirmou o secretário-geral Kofi Annan, que espera ver o grupo se reunindo já em 1º de dezembro deste ano.
Em princípio, os "amigos" seriam os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), o Egito e os seis vizinhos do Iraque (Arábia Saudita, Irã, Jordânia, Kuait, Síria e Turquia) -porém ainda pode haver a inclusão de mais quatro membros não-permanentes do Conselho de Segurança.
O secretário-geral da ONU mostrou-se pouco animado com a proposta da Rússia, apoiada por França e Alemanha, para a criação de uma conferência internacional com o objetivo de guiar a transição. Para Annan, um processo desse tipo deveria ser "abordado com muita cautela" e precisaria de uma clara aprovação da população iraquiana.

Ataques diminuem
De acordo com os EUA, os ataques a soldados americanos no Iraque diminuíram nas últimas duas semanas e agora a resistência está priorizando como alvo iraquianos que colaboram com as forças da coalizão.
"A situação da segurança mudou. Eles fracassaram em intimidar a coalizão. Agora começaram a demonstrar um padrão de intimidação de iraquianos inocentes. Eles não terão sucesso. Se Saddam [Hussein] ensinou alguma coisa aos iraquianos foi como resistir à pressão de gângsteres", afirmou o chefe da Autoridade Provisória da Coalizão (APC), Paul Bremer.
Segundo a análise americana, a mudança na estratégia iraquiana é reflexo da decisão do comando militar de adotar ações mais agressivas, procurando anular os guerrilheiros antes que eles ataquem. Ontem, a 4ª Divisão de Infantaria anunciou ter prendido 18 iraquianos em 200 incursões pela região norte de Bagdá feitas durante as últimas 24 horas.

Contaminação por cobalto
Pelo menos duas pessoas (um homem de 30 anos e uma criança de quatro anos) que moravam próximas à principal base de testes de radiação do regime de Saddam estão apresentando sintomas de contaminação por cobalto 60. Os EUA tinham conhecimento da base, mas aparentemente uma falha na segurança permitiu o acesso de iraquianos ao local.
Acredita-se que os moradores das vilas Amiriya e Shamiya pegaram material contaminado ao entrar na área para desmontar as estruturas de três torres para vendê-las como ferro velho -embora especialistas digam que o cobalto 60 possa ser usado em artefatos nucleares improvisados.


Com "Financial Times" e agências internacionais


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