DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Ariel Sharon, voltou a dizer ontem que Israel deve desmantelar alguns assentamentos judaicos isolados para fazer avançar o processo de paz com os palestinos. A declaração foi dada para membros de seu partido, o Likud (conservador). No domingo, ele havia feito a mesma afirmação ao gabinete.
Colonos judeus e integrantes mais radicais do Likud e de outros partidos direitistas de Israel protestaram contra a posição de Sharon. Eles não aceitam que Israel desmantele assentamentos na Cisjordânia e na faixa de Gaza. A Autoridade Nacional Palestina também criticou Sharon, pois discorda de passos unilaterais.
"Dolorosas concessões serão necessárias para a paz", disse Sharon na reunião com os membros do Likud. "No final, nós não estaremos em todos os lugares onde estamos agora. Não descarto passos unilaterais de nossa parte."
Comentando a declaração de Sharon, o ex-premiê Shimon Peres, do moderado Partido Trabalhista, disse não haver sentido na presença de Israel em Gaza.
Os EUA disseram que o bilionário pacote de garantias de empréstimo dado a Israel seria reduzido em US$ 289,5 milhões por causa da construção de uma barreira entre Israel e as áreas palestinas e da expansão das colônias.

Plano dos colonos
O Yesha, grupo que representa 220 mil colonos judeus, afirmou que está elaborando um plano em resposta ao Acordo de Genebra -plano alternativo negociado entre moderados palestinos e israelenses que prevê, entre outras coisas, o desmantelamento dos assentamentos judaicos para que os palestinos possam ter um Estado na Cisjordânia e em Gaza.
Os plano dos colonos pedirá que a ANP seja dissolvida e os assentamentos, mantidos. Os palestinos poderiam se governar em áreas autônomas, mas sob controle israelense.