São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2004

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Solução não pode vir das ruas, afirma Putin

DA REDAÇÃO

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu ontem que a solução da crise eleitoral na Ucrânia venha dos tribunais, não das ruas, e advertiu potências estrangeiras contra incitar o caos no país.
"Não deveríamos introduzir na prática da vida internacional um método de resolução de disputas cujo meio é a turbulência nas ruas", disse após reunir-se com líderes da UE (União Européia).
Anteontem, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, declarou que não aceitaria o resultado divulgado pela comissão eleitoral ucraniana, que reconhece o premiê Viktor Yanukovich como presidente eleito. Ele afirmou ainda que, se a Ucrânia não iniciasse imediatamente investigações sobre acusações de fraude, haveria conseqüências nas relações do país com Washington.
"Todas as questões relativas às eleições na Ucrânia deveriam ser resolvidas dentro dos moldes de sua Constituição e de suas leis", afirmou Putin. "Alegações devem ser enviadas aos tribunais."
O premiê holandês, Jan Peter Balkenende, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE, reconheceu diferenças entre a UE e a Rússia sobre a eleição ucraniana e sobre como resolver a crise, mas observou que o objetivo final dos dois lados é o mesmo.
"Tanto a UE quanto a Rússia querem ver um país estável e democrático", afirmou.
O chefe da política externa da UE, Javier Solana, também destacou a importância de preservar a unidade da Ucrânia.
A popularidade de Viktor Yushchenko é maior na região oeste da Ucrânia, majoritariamente católica grega, enquanto a maioria dos eleitores de Yanukovich se encontra no leste, predominantemente russófono e cristão ortodoxo.
Depois da expansão da UE para o Leste Europeu em maio, Bruxelas vê a Ucrânia -além de Belarus, Moldova e as três repúblicas do Cáucaso (Armênia, Geórgia e Azerbaijão)- como parte da "vizinhança comum" da UE e da Rússia e quer intensificar sua presença em todas elas.
Já Moscou vê as seis ex-repúblicas soviéticas como pertencentes à sua esfera de influência.


Com agências internacionais


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