São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Rosales, líder da oposição, promete cartão-petróleo

Principal candidato contra Chávez lidera marcha de centenas de milhares na capital

"Pela primeira vez o povo receberá diretamente dinheiro do petróleo", diz oposicionista; segundo ele, pesquisas foram compradas

DA REDAÇÃO

Centenas de milhares de pessoas participaram ontem, em Caracas, do comício de encerramento da campanha de Manuel Rosales, governador do Estado de Zulia e candidato à Presidência das principais forças de oposição a Hugo Chávez. Rosales prometeu que, se eleito no próximo domingo, seu primeiro ato será a criação de um cartão de débito para venezuelanos pobres e de classe média, que receberão fundos provenientes da renda do petróleo.
"Será a primeira vez na história do país que o povo receberá diretamente dinheiro do petróleo", disse Rosales. Segundo seu programa de governo, o cartão, chamado "Minha Preta", distribuiria mensalmente um quinto da renda petrolífera, numa quantia que variaria de acordo com o preço do óleo.
Apesar das pesquisas, que o colocam pelo menos dez pontos atrás de Chávez, Rosales previu que o presidente não será reeleito. "A verdadeira pesquisa, não as que foram compradas, mostram que em alguns dias a Venezuela terá um novo presidente", disse à multidão, que, numa demonstração de força da oposição, partiu de vários pontos da capital venezuelana para se encontrar no início da tarde na zona leste, região de classe média.
Rosales também prometeu construir e financiar casas e combater a criminalidade, que aumentou durante o governo de Chávez. "Vou ser presidente para reconciliar a Venezuela", disse, definindo-se como um social-democrata. Rosales apoiou a tentativa de golpe contra Chávez, em 2002, mas não teve envolvimento direto.
Não houve uma estimativa oficial dos presentes, mas os partidários do oposicionista lotaram várias avenidas, levando bandeiras amarelas, vermelhas e azuis, as cores nacionais. Agências de notícias falaram em até 800 mil pessoas. O encerramento da campanha de Chávez será hoje, em Caracas.
Diferentemente do que aconteceu nas eleições legislativas de 2005, quando a oposição pregou a abstenção alegando risco de fraude, desta vez Rosales afirmou que o processo é confiável. O voto na Venezuela não é obrigatório e a ausência de forças oposicionistas importantes deu a Chávez maioria absoluta na Assembléia Nacional, no ano passado.


Com agências internacionais


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