|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Líderes enfrentam problemas políticos internos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA , DE
JERUSALÉM
Com seus contatos restritos
hoje a reuniões esporádicas entre assessores do premiê Ehud
Olmert e do presidente palestino, Mahmoud Abbas, israelenses e palestinos vivem problemas internos no front político.
Olmert -encurralado entre a
pressão popular para agir com
mais rigor em Gaza e as conseqüências diplomáticas internacionais que resultariam das
inevitáveis mortes de civis palestinos e de soldados de Israel- está envolvido em um debate na imprensa com o milionário judeu russo Arcadi Gaidamak, investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e outros crimes.
Gaidamak, que tem financiado viagens de moradores de
Sderot para férias sem foguetes
nos hotéis de luxo no balneário
de Eilat, acusa o governo de não
atuar e de persegui-lo por tomar o lugar do Estado na ajuda
à população.
A cúpula de segurança israelense também está em maus
lençóis. Todos os dias surgem
rumores de demissão do chefe
do Estado Maior, Dan Halutz.
Militares da reserva e políticos
o acusam de ter fracassado na
guerra de julho e agosto contra
a milícia xiita Hizbollah, no Líbano, e de não ter liderança
moral para combater grupos
terroristas em Gaza.
Por sua vez, o ministro da
Defesa, Amir Peretz, líder do
Partido Trabalhista, maior parceiro da coalizão de Olmert, é
acusado de falta de experiência
na área militar e de ser incapaz
de liderar o Exército no combate aos foguetes. Ao mesmo tempo, sua legenda não quer nem
pensar em sair do governo.
Do lado palestino, no Hamas,
o governo de Ismail Haniyeh
tem interesse em diminuir a
chama do conflito, mas as alas
mais radicais do grupo não
aceitam abrandar o que chamam de resistência contra o
"inimigo sionista".
"Haniyeh quer mostrar que
pode governar, ele tem interesse em mostrar que o Hamas pode atuar na política. Mas Khaled Meshaal, o líder do Hamas
em Damasco, por motivos ideológicos quer intensificar os ataques", diz Mordechai Kedar, do
Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat, de Israel.
E, segundo as palavras de
Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Izz Edeen Al Qassa, braço
armado do grupo, Meshaal tem
apoio em Gaza. "Vocês podem
trazer todos os seus generais de
guerra e apresentar todos os
planos. Mesmo assim, podem
ter certeza de que todos os seus
esforços neste sentido vão fracassar, como fracassaram antes", disse ele em mensagem à
população do sul de Israel.
(MG)
Texto Anterior: Rosales, líder da oposição, promete cartão-petróleo Próximo Texto: Hipermedicação de crianças alarma EUA Índice
|