São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Líderes enfrentam problemas políticos internos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA , DE JERUSALÉM

Com seus contatos restritos hoje a reuniões esporádicas entre assessores do premiê Ehud Olmert e do presidente palestino, Mahmoud Abbas, israelenses e palestinos vivem problemas internos no front político.
Olmert -encurralado entre a pressão popular para agir com mais rigor em Gaza e as conseqüências diplomáticas internacionais que resultariam das inevitáveis mortes de civis palestinos e de soldados de Israel- está envolvido em um debate na imprensa com o milionário judeu russo Arcadi Gaidamak, investigado por suspeita de lavagem de dinheiro e outros crimes.
Gaidamak, que tem financiado viagens de moradores de Sderot para férias sem foguetes nos hotéis de luxo no balneário de Eilat, acusa o governo de não atuar e de persegui-lo por tomar o lugar do Estado na ajuda à população.
A cúpula de segurança israelense também está em maus lençóis. Todos os dias surgem rumores de demissão do chefe do Estado Maior, Dan Halutz. Militares da reserva e políticos o acusam de ter fracassado na guerra de julho e agosto contra a milícia xiita Hizbollah, no Líbano, e de não ter liderança moral para combater grupos terroristas em Gaza.
Por sua vez, o ministro da Defesa, Amir Peretz, líder do Partido Trabalhista, maior parceiro da coalizão de Olmert, é acusado de falta de experiência na área militar e de ser incapaz de liderar o Exército no combate aos foguetes. Ao mesmo tempo, sua legenda não quer nem pensar em sair do governo.
Do lado palestino, no Hamas, o governo de Ismail Haniyeh tem interesse em diminuir a chama do conflito, mas as alas mais radicais do grupo não aceitam abrandar o que chamam de resistência contra o "inimigo sionista".
"Haniyeh quer mostrar que pode governar, ele tem interesse em mostrar que o Hamas pode atuar na política. Mas Khaled Meshaal, o líder do Hamas em Damasco, por motivos ideológicos quer intensificar os ataques", diz Mordechai Kedar, do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat, de Israel.
E, segundo as palavras de Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Izz Edeen Al Qassa, braço armado do grupo, Meshaal tem apoio em Gaza. "Vocês podem trazer todos os seus generais de guerra e apresentar todos os planos. Mesmo assim, podem ter certeza de que todos os seus esforços neste sentido vão fracassar, como fracassaram antes", disse ele em mensagem à população do sul de Israel. (MG)


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