|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Câmera pode desvendar morte de russo
Pessoas que estiveram nos mesmos locais que ex-espião Litvinenko terão de fazer exames de radiação
DA REDAÇÃO
A polícia britânica está estudando horas de gravações de
câmaras de segurança para tentar descobrir como o ex-espião
da KGB Alexander Litvinenko,
morto na quinta-feira passada,
foi contaminado com a substância radiativa polônio 210.
Em testamento lido por amigos
e que ele teria ditado e assinado
no leito de morte, Litvinenko
acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de tramar seu assassinato.
Autoridades de saúde pediram às pessoas que estiveram
nos mesmos lugares pelos
quais Litvinenko passou no dia
em que foi envenenado, 1º de
novembro, que entrassem em
contato para receber instruções. O risco de contaminação
para essas pessoas é considerado baixo. O polônio só é fatal se
ingerido ou inalado.
Traços da substância radiativa foram encontrados na casa
de Litvinenko e em dois outros
lugares por onde ele passou: o
Millennium Hotel, em Grosvenor Square, e o restaurante japonês Itsui, no West End, ambos no centro de Londres.
"Meu filho foi morto por uma
pequena bomba nuclear. Tão
pequena que não se pode ver.
Mas quem o matou tem grandes bombas nucleares", afirmou Walter Litvinenko, pai do
ex-espião, ao jornal "El País". O
polônio 210 é feito artificialmente em um reator nuclear ou
acelerador de partículas.
Antes de sua morte, Litvinenko havia dado uma série de
entrevistas a acadêmicos britânicos nas quais afirmou que,
quando trabalhava para o FSB,
sucessor da KGB, recebia ordens para atrair empresários,
contratar assassinos para neutralizar seus potenciais rivais e
matar delatores que representassem ameaça ao Kremlin.
Em Londres, para onde fugiu
há seis anos, o ex-espião era
amigo do magnata russo Boris
Berezovski, que enriqueceu
com as privatizações pós-comunismo e foi acusado de lavagem de dinheiro depois que Putin chegou à Presidência, em
2000. Berezovski também fugiu para o Reino Unido.
Semanas antes de morrer,
Litvinenko disse ao cineasta
Andréi Nekrasov: "Faz parte de
uma estratégia, de uma dinâmica acelerada. Estão eliminando
gente que eles têm em uma lista. O Estado [russo] se tornou
um assassino em série".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Especialistas vêem aumento da islamofobia no continente Próximo Texto: Abu Ghraib: Rumsfeld teria autorizado tortura Índice
|