São Paulo, Domingo, 26 de Dezembro de 1999


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TCHETCHÊNIA
No dia de Natal, Moscou inicia operação para tomar capital tchetchena

Russos lançam ofensiva a Grozni

das agências internacionais

Tropas russas deram início ontem, na manhã de Natal , a uma ofensiva para tomar Grozni, capital da Tchetchênia. O primeiro dia da operação, porém, terminou sem grandes avanços militares.
O ataque russo começou com artilharia pesada, seguida do avanço de 500 combatentes a partir de diferentes pontos em direção ao centro de Grozni.
A ofensiva foi encabeçada por paramilitares tchetchenos, simpatizantes de Moscou. Tropas do Ministério do Interior russo vieram em seguida .
A Rússia realiza ofensiva desde o começo de setembro contra a Tchetchênia, território russo na região montanhosa do Cáucaso que gozou de autonomia entre o fim da guerra de independência (1994-96) e o início dos ataques deste ano.
Os russos acusam a Tchetchênia de estar dando abrigo a extremistas muçulmanos que tentaram, segundo a Rússia, estabelecer uma República islâmica no Daguestão, outro território russo no Cáucaso. Além disso, esses extremistas são acusados por Moscou de terem realizado atentados terroristas contra várias cidades da Rússia em agosto e setembro deste ano, deixando quase 300 mortos.
Os choques de ontem, entre forças russas e rebeldes tchetchenos, começaram em três pontos: no sul de Grozni (no distrito de Chernorechie e no subúrbio de Kahnkala) e nas montanhas Sunzha, ao norte.
A agência de notícias russa "Interfax" disse que sons de tiros e explosões podiam ser ouvidos de todas as direções durante a manhã de ontem. Mumai Saidaiev, o número dois das forças tchetchenas, disse que combates violentos ocorreram não longe do centro da cidade, e que os blindados avançaram para o centro de Grozni a partir do norte.
Vários incêndios foram detectados na capital tchetchena após os disparos da artilharia. O palácio presidencial de Aslan Maskhadov foi seriamente danificado.
Os cerca de 50 mil civis que permanecem em Grozni foram aconselhados pelo enviado civil da Rússia à Tchetchênia, Nikolai Koshman, a não tentarem deixar a capital. Ele também havia declarado na sexta que Grozni será tomada em poucos dias, mas o líder tchetcheno pró-Rússia, Malik Saidullayev, disse que as lutas podem durar meses.
O Ministério da Defesa acredita que há 2.000 rebeldes na capital, mas Saidullayev estima que o número correto seja 5.000.
Igor Kritski, capitão das tropas do ministério do Interior russo, disse ontem, no final do primeiro dia de combate, que a tática consiste em descobrir o maior número possível de focos rebeldes na cidade e destruí-los, e que os russos não esperavam tomar a cidade logo no primeiro dia.


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