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Relatório de Blix indicará falta de cooperação
DA REDAÇÃO
O chefe dos inspetores de armas
da ONU no Iraque, o sueco Hans
Blix, deve dizer hoje ao CS (Conselho de Segurança) que o Iraque
deixou grandes lacunas em sua
declaração de armas, está impedindo entrevistas privadas com
cientistas e ataca vôos de inspeção
em todo o país.
Blix, responsável pelas equipes
de inspeção de armas químicas,
biológicas e balísticas, vem adiantando o conteúdo de seu relatório
ao CS desde que deixou Bagdá, no
último fim de semana, dois meses
após o reinício das inspeções.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA), o egípcio Mohamed El
Baradei, lamentou ontem que o
Iraque não tenha "colaborado totalmente" com as inspeções, mas
afirmou que recomendará hoje ao
CS a continuação do trabalho.
Ainda assim, tanto Blix como El
Baradei têm dito que as inspeções
não encontraram até agora provas de que o Iraque tenha armas
de destruição em massa, como
afirmam os EUA e o Reino Unido.
Os relatórios que Blix e El Baradei apresentarão hoje aos 15
membros do CS devem alimentar
os argumentos dos EUA em favor
de uma guerra, mas estimular
também outros países, como
França e Rússia, a dizer que as inspeções não devem ser interrompidas. A Alemanha, que presidirá
o CS em fevereiro, quer outro relatório no dia 14 de fevereiro.
Os EUA alegam que as omissões
no relatório de armas do Iraque,
entregue em dezembro, e a falta
de "cooperação total" com as
equipes de inspeção configuram
uma "violação material" da resolução 1441 do CS da ONU, aprovada em novembro. A resolução
exige que o Iraque revele e suspenda seus programas de armas
de destruição em massa ou enfrente "sérias consequências".
Após as críticas, na semana passada, de França, China e Rússia,
membros do CS com poder de veto, os EUA afirmaram estudar dar
mais tempo às inspeções. Segundo o jornal alemão "Die Welt", os
EUA e o Reino Unido, seu principal aliado a favor de um ataque,
pretendem dar mais um mês de
prazo aos inspetores.
O premiê britânico, Tony Blair,
disse ontem à rede BBC que os
inspetores devem ter mais tempo.
"Eu não acredito que levará meses
para que eles descubram se o Iraque está cooperando ou não, mas
devem ter todo o tempo que precisarem", disse o premiê.
Com agências internacionais
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