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São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 2003

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Relatório de Blix indicará falta de cooperação

DA REDAÇÃO

O chefe dos inspetores de armas da ONU no Iraque, o sueco Hans Blix, deve dizer hoje ao CS (Conselho de Segurança) que o Iraque deixou grandes lacunas em sua declaração de armas, está impedindo entrevistas privadas com cientistas e ataca vôos de inspeção em todo o país.
Blix, responsável pelas equipes de inspeção de armas químicas, biológicas e balísticas, vem adiantando o conteúdo de seu relatório ao CS desde que deixou Bagdá, no último fim de semana, dois meses após o reinício das inspeções.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o egípcio Mohamed El Baradei, lamentou ontem que o Iraque não tenha "colaborado totalmente" com as inspeções, mas afirmou que recomendará hoje ao CS a continuação do trabalho.
Ainda assim, tanto Blix como El Baradei têm dito que as inspeções não encontraram até agora provas de que o Iraque tenha armas de destruição em massa, como afirmam os EUA e o Reino Unido.
Os relatórios que Blix e El Baradei apresentarão hoje aos 15 membros do CS devem alimentar os argumentos dos EUA em favor de uma guerra, mas estimular também outros países, como França e Rússia, a dizer que as inspeções não devem ser interrompidas. A Alemanha, que presidirá o CS em fevereiro, quer outro relatório no dia 14 de fevereiro.
Os EUA alegam que as omissões no relatório de armas do Iraque, entregue em dezembro, e a falta de "cooperação total" com as equipes de inspeção configuram uma "violação material" da resolução 1441 do CS da ONU, aprovada em novembro. A resolução exige que o Iraque revele e suspenda seus programas de armas de destruição em massa ou enfrente "sérias consequências".
Após as críticas, na semana passada, de França, China e Rússia, membros do CS com poder de veto, os EUA afirmaram estudar dar mais tempo às inspeções. Segundo o jornal alemão "Die Welt", os EUA e o Reino Unido, seu principal aliado a favor de um ataque, pretendem dar mais um mês de prazo aos inspetores.
O premiê britânico, Tony Blair, disse ontem à rede BBC que os inspetores devem ter mais tempo. "Eu não acredito que levará meses para que eles descubram se o Iraque está cooperando ou não, mas devem ter todo o tempo que precisarem", disse o premiê.


Com agências internacionais

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