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BÁLCÃS
Trajkovski, que ajudou a impedir uma guerra civil no país, estava em avião que caiu na Bósnia; corpo ainda não foi achado
Acidente mata presidente da Macedônia
DA REDAÇÃO
O avião em que estava o presidente da Macedônia, Boris Trajkovski, 47, sofreu um grave acidente ontem numa região montanhosa do sul da Bósnia. Segundo
relatos oficiais, todas as nove pessoas que viajavam na aeronave
ainda estavam desaparecidas até
o fechamento desta edição. Presume-se que todas tenham morrido.
Em Skopje, a capital da Macedônia, o premiê Branko Crvenkovski disse que seu país tinha sofrido "uma grande perda" e que
"o momento era de luto". Mas ele
não afirmou explicitamente que
Trajkovski tinha morrido. Mesmo assim, o país decretou três
dias de luto oficial.
Soldados da Otan (aliança militar ocidental) e policiais bósnios
vasculharam a região montanhosa em busca do avião, um bimotor
Beechcraft, e de seus ocupantes. A
aeronave desapareceu às 8h01
(horário local), poucos minutos
antes de pousar na cidade de
Mostar, na Bósnia.
As buscas foram suspensas ao
cair da noite. Algumas autoridades macedônias afirmaram que o
país não poderia dizer que seu
presidente tinha morrido antes
que seu corpo fosse encontrado.
De acordo com Crvenkovski,
autoridades bósnias não mencionaram a possibilidade de haver
sobreviventes ao acidente ocorrido no sul do país.
A morte de Trajkovski, cuja habilidade política ajudou a impedir
a eclosão de uma guerra civil na
Macedônia nos últimos anos, foi
anunciada, em Dublin, por Bertie
Ahern, premiê irlandês.
Crvenkovski, que fazia visita
oficial à Irlanda, teve de cancelar
um encontro com seu colega irlandês quando ficou sabendo da
queda do avião presidencial.
O pastor protestante e advogado Trajkovski ficou conhecido internacionalmente em 2001, quando um levante liderado por rebeldes de origem albanesa quase
provocou uma guerra civil na Macedônia. Com a ajuda da Otan, ele
conseguiu a assinatura de um
acordo de paz.
Dzelal Hasecic, porta-voz do órgão responsável pela aviação civil
na Bósnia, disse à agência de notícias Reuters que a força de paz da
Otan que atua no país controla o
tráfego aéreo na região de Mostar.
Segundo ele, "é normal que a força da Otan negue sua responsabilidade, pois o acidente pode ter sido causado por um erro dos controladores de vôo".
A Otan negou que seus soldados
tivessem encontrado o local do
acidente. Essa informação foi revelada por autoridades bósnias e
macedônias.
Autoridades macedônias afirmaram que o bimotor do presidente estava em péssimo estado.
De acordo com o chanceler Slobodan Casule, a aeronave não deveria mais ser utilizada, mas foi
mantida em atividade para economizar fundos do governo.
"A pressão da população foi
brutal quando dissemos que não
queríamos mais utilizar esse
avião. Tive um incidente com ele
em Bucareste [Romênia]", disse.
Autoridades de vários países
enviaram condolências ao premiê
macedônio. O secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, também expressou sua tristeza.
Em nota oficial, Annan disse
que o presidente macedônio será
lembrado por seu papel crucial na
manutenção da unidade de seu
país e por seu trabalho pela existência de um Estado multiétnico
nos Bálcãs. Para a União Européia, Trajkovski contribuiu para o
desenvolvimento regional.
Com agências internacionais
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