São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2000


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LEGISLATIVAS
Iraque busca legitimidade com eleições

PAULO DANIEL FARAH
enviado especial a Bagdá
Mais de 8,5 milhões de iraquianos devem ir às urnas hoje para eleger um novo Parlamento para os próximos quatro anos.
Entre os 552 candidatos, figuram Uday Saddam Hussein, filho do presidente Saddam Hussein, Saadun Hammadi, presidente do Parlamento, e o ex-ministro da Cultura Hammed Yussef Hammadi.
É a primeira vez que Uday, 35, formado em engenharia e doutor em ciências políticas pela Universidade de Bagdá, concorre às eleições legislativas.
Das 250 cadeiras do Parlamento, 30 serão nomeadas pelo governo, pois se referem a Províncias do norte do país sobre as quais o Iraque não tem controle desde 1991, quando curdos promoveram uma rebelião na região.
"Trinta cadeiras estão reservadas para a região autônoma, que vive em circunstâncias excepcionais como resultado da presença estrangeira que nega aos cidadãos a chance de votar livremente", afirma o ministro da Justiça iraquiano, Shabib Al Maliki.
A região onde se concentram os curdos foi declarada zona de exclusão aérea pelos EUA e pelo Reino Unido, após a Guerra do Golfo (1991).
Maliki disse que as eleições são uma resposta às acusações ocidentais contra Bagdá de ausência de democracia. "A liderança acredita que essa liberdade ajuda a formar uma posição contra a agressão diária dos EUA e do Reino Unido."
Em Bagdá, 3.145.150 pessoas podem escolher entre os 136 candidatos os nomes que vão eleger para ocupar 62 cadeiras no Parlamento. Cada concorrente tem direito ao mesmo número de fotos, cartazes e folhetos. "Os candidatos tiveram igual acesso à imprensa estatal durante a campanha", explica o ministro da Justiça.
Porém todos os deputados são obrigados, por lei, a apoiar os princípios da revolução de julho de 1968, que levou o partido Baath ao poder. Em outras palavras, não há verdadeira oposição no país.
Ontem, Saddam Hussein se reuniu, pela primeira vez desde a Guerra do Golfo, com um oficial da ONU. Ele recebeu em Bagdá o coordenador das ações da ONU no Iraque, Hans von Sponeck, que, no mês passado, anunciou que deixará seu posto no final de março, criticando a atuação da organização no Iraque.


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