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CHILE
Reforma outorga benefícios aos ex-presidentes do país
Emenda do Congresso concede segunda imunidade a Pinochet
das agências internacionais
O Congresso chileno aprovou
na tarde de sábado uma emenda
constitucional que concede benefícios a ex-presidentes. A reforma,
aprovada por 113 votos contra 27
e 3 abstenções, poderá favorecer
diretamente o ex-ditador Augusto Pinochet.
Pinochet já tem imunidade por
ser senador vitalício, mas a Constituição chilena estabelece que essa imunidade pode ser revogada
pela Justiça. Já a emenda não prevê como revogá-la no caso específico de ex-presidentes.
Na prática, o novo dispositivo
cria uma "dignidade de ex-presidente da República" e outorga aos
ex-mandatários imunidade e um
salário equivalente ao dos senadores -cerca de US$ 6.000.
Embora a emenda tenha sido
aprovada por ampla maioria nas
duas casas, contou com a oposição da ala socialista da coalizão de
governo, que nega legitimidade à
condição de ex-presidente de Pinochet por ele não ter sido eleito.
"Estão tripudiando sobre o ministro Straw e o mundo", declarou a secretária-geral do Partido
Comunista, Gladys Marín, em
alusão ao ministro do Interior
britânico, Jack Straw, que no último dia 2 libertou Pinochet por
"razões humanitárias" depois de
503 dias de detenção em Londres.
"A nova lei pode tornar-se uma
barreira para a ação da Justiça no
caso e é um desrespeito ao povo
chileno", afirmou o advogado
Héctor Salazar, do Fundo de Assistência Social das Igrejas Cristãs.
Pinochet enfrenta 76 processos
investigados pelo juiz chileno
Juan Guzmán, que incluem assassinatos, torturas e desaparecimento de milhares de pessoas durante a ditadura militar (73-90).
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