DE WASHINGTON

O Pentágono responsabilizou o regime de Saddam Hussein pela morte de 14 pessoas atingidas ontem por um míssil em uma área residencial ao norte de Bagdá.
O órgão informou que não havia operações americanas determinadas para a área e chegou a insinuar que o ataque pode ter sido provocado pelo Iraque, com o objetivo de jogar a população contra os EUA.
O comando das forças anglo-americanas, no Qatar, teve uma primeira reação hesitante. O general Vincent Brooks, após exibir imagens de mísseis ultraprecisos, disse que poderia ter ocorrido "um erro".
Ele insistiu, no entanto, no fato de iraquianos terem confeccionado uniformes idênticos aos dos americanos.
O Departamento de Defesa dos EUA informou estar "investigando" o episódio. Mas já deixou claro como deverá considerar eventos como o de ontem daqui em diante.
"Qualquer incidente que resultar na morte de civis iraquianos será resultado direto da política de Saddam", disse a porta-voz do Pentágono, Victoria Clarke. "Ao posicionar alvos militares próximos a civis, Saddam está colocando em risco a própria população."
Segundo o general Stanley McChrystal, as forças americanas não haviam "direcionado ataques com mísseis ou bombas para a área".
O Pentágono sustenta também possuir informes que indicam que tropas iraquianas estão usando civis como escudos humanos.
Clarke qualificou a atual campanha no Iraque como "fenomenal" para um prazo de seis dias. "Temos total controle aéreo do país, dominamos o sul, o norte e o oeste, preservamos os principais poços de petróleo e as tropas estão indo em frente rumo a Bagdá."
O Pentágono rebateu as críticas de que tropas americanas teriam sido emboscadas por falhas na operação.
(FERNANDO CANZIAN)


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