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AÇÃO MILITAR
Iraquianos se movem rumo ao sul; Pentágono manda mais 30 mil homens ao golfo
Iraque e EUA reforçam frentes de luta
DA REDAÇÃO
Milhares de soldados iraquianos deixaram ontem Bagdá para
fortalecer as frentes de batalha nas
duas principais rotas que levam à
capital, no mesmo dia em que os
norte-americanos anunciaram o
envio de mais 30 mil homens para
o golfo Pérsico.
No começo do dia, a rede de TV
CNN havia informado que um
comboio de cerca de mil veículos
blindados seguia pelo caminho
que leva a Karbala e Najaf, onde
está concentrada a divisão Medina, que combate as forças dos Estados Unidos lideradas pela 3ª Divisão de Infantaria.
Os blindados iraquianos teriam
aproveitado a tempestade de areia
para se deslocar sem serem vistos.
Ontem à noite, no entanto, o Pentágono revisou a informação, dizendo que a coluna iraquiana
provavelmente tinha "uns poucos
veículos". Segundo o general Richard Myers, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos
EUA, tratava-se de veículos leves.
A região de Karbala foi palco
dos mais sangrentos combates do
conflito. Os americanos afirmam
que cerca de mil iraquianos morreram nessa área nas últimas 72
horas. O Iraque não admite as
baixas e declara ter matado soldados inimigos e abatido um helicóptero, 11 tanques e 12 veículos
de combate em 24 horas. Oficiais
dos EUA reconhecem a perda de
alguns tanques e blindados.
Outra força iraquiana foi identificada por comandos americanos
de inteligência em deslocamento
em direção a Kut, a sudeste de
Bagdá. Seriam cerca de 3.000 homens para engrossar o contingente de 2.000 soldados da divisão
Bagdá que já está na região.
Essas tropas de Saddam seguiram para área da qual se aproximam os fuzileiros navais americanos que cruzaram o rio Eufrates
nas proximidades de Nassiriah.
Oficiais dos EUA disseram que
12 de seus homens podem ter
morrido no ataque iraquiano a
um comboio de suprimentos em
Nassiriah. Os americanos afirmam que essa tática tem sido usada nos últimos dias por paramilitares ligados a Saddam Hussein.
O governo iraquiano, por sua
vez, afirmou que combates nessa
região deixaram cerca de 500 civis
iraquianos feridos e 200 casas destruídas. O Pentágono não comentou essa informação.
Completando a maior movimentação de forças de Saddam
desde o início dos combates, uma
coluna de até 120 veículos iraquianos deixou Basra, no sul do país, e
seguiu em direção à península de
Faw, na mesma região. A coluna
foi bombardeada por aviões da
coalizão anglo-americana, cujas
tropas cercam a cidade.
EUA se reforçam
Antes do início dessa movimentação iraquiana, o Pentágono
anunciou o envio de mais de 30
mil homens para o golfo, reforçando suas tropas na região, que
já contam com 250 mil soldados.
Foi confirmado o envio dos 16
mil homens da 4ª Divisão de Infantaria, considerada a divisão
mais sofisticada tecnologicamente do Exército dos EUA (leia abaixo). O plano inicial era usar essa
força especial para chegar a Bagdá
pelo norte do país, tática abortada
depois que a Turquia vetou o uso
de seu território como ponto de
partida para soldados dos EUA.
Ontem os EUA decidiram fazer
o primeiro movimento significativo de tropas no norte do Iraque,
com o lançamento de mil pára-quedistas -o que indicaria abertura de nova frente de ataque.
Em discurso em base na Flórida,
o presidente dos EUA, George W.
Bush, disse que "chegará o dia do
ajuste de contas para o regime iraquiano, e esse dia se aproxima".
"Nossos pilotos e mísseis atingiram alvos militares vitais com
precisão letal", completou Bush.
Para embasar esse discurso, o
general Stanley McChrystal, vice-diretor de operações do Departamento de Estado dos EUA, afirmou que suas forças já lançaram
mais de 600 mísseis Tomahawk e
4.300 armas guiadas por satélite
desde o início da invasão.
Passada a "trégua" de algumas
horas, depois de disparos de mísseis, que atingiram uma zona comercial, deixando 15 mortos e pelo menos 30 feridos, Bagdá voltou
a ser bombardeada na madrugada de hoje (no Iraque). Pelo menos dez grandes explosões ocorreram na cidade, segundo a rede
de TV Al Jazeera.
Com agências internacionais
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