DA REPORTAGEM LOCAL

A 4ª Divisão de Infantaria Mecanizada americana é semelhante em termos de composição e equipamento à sua congênere a caminho de Bagdá, a 3ª Divisão. A principal diferença é a maior informatização de suas unidades, o que a faz ser chamada de "divisão digital".
Ironicamente, os primeiros exercícios militares desenvolvendo o conceito foram um redondo fracasso para a unidade high-tech, que foi derrotada por uma quase tão low-tech como os iraquianos de hoje.
O exercício ocorreu no Centro Nacional de Treinamento americano, no deserto de Mojave, na Califórnia -supostamente um bom terreno para combate, no qual o inimigo teria pouco lugar para se esconder.
Foram instalados sistemas digitais em mais de cem veículos - tanques M1 Abrams, blindados de transporte de tropa M2 Bradley, helicópteros de ataque Apache e mesmo soldados individuais receberam equipamento.
O "inimigo" fez coisas como posicionar torres falsas de tanque com carvão em brasa dentro para simular calor e enganar os sensores térmicos inimigos. Como era impossível usar rádio sem ser detectado, o "inimigo" usou velhos telefones de campanha por fio da Segunda Guerra. Os convencionais venceram o exercício sem problemas.
O teste agora pode ser com fogo real, contra um inimigo que tem surpreendido os americanos, que achavam que ele rapidamente se desintegraria frente a um ataque da doutrina de "Choque e Pavor".
Cerca de 12 mil soldados da divisão começam hoje o deslocamento para o Iraque a partir da base em Fort Hood (Texas, sul dos EUA).
O equipamento pesado da divisão estava em navios ao largo da Turquia e teve de ser redirecionado para o Kuait, através do canal de Suez e do mar Vermelho.
Mesmo chegando rapidamente ao teatro de operações, as unidades da divisão ainda vão ter que perder algum tempo checando o estado do material que ficou a bordo.
Muito dificilmente ela seria capaz de participar de uma batalha por Bagdá nos próximos dias. (RICARDO BONALUME NETO)


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