São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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entrevista

Kirchnerista vê golpismo em protestos

DE BUENOS AIRES

Luís D'Elía, presidente da Federação de Terras e Vivendas, é um dos principais "piqueteiros" da Argentina. Forma a base popular de apoio ao governo e na noite de terça liderou uma marcha para dissolver o protesto contra a presidente Cristina Fernández de Kirchner.

 

FOLHA - Qual a sua opinião sobre a paralisação do campo?
LUÍS D'ELÍA
- Essa é a paralisação de setores que nadam na abundância, de produtores que tiveram, a partir de 2003, a maior rentabilidade dos últimos 50 anos.

FOLHA - Acredita que só os grandes produtores participam do protesto?
D'ELÍA
- Isso não é um protesto, é um locaute patronal. E quem impulsiona são os grandes, que trabalham por um desabastecimento geral. É um verdadeiro golpe de Estado.

FOLHA - Como avalia o discurso da presidente?
D'ELÍA
- Foi o melhor discurso que escutei em anos. Ela fez um resumo de tudo que recebeu o campo nos últimos anos, dos milhões de pesos em subsídios. Cristina quer distribuir a renda no país.

FOLHA - O confronto entre o governo e o campo pode ser resolvido?
D'ELÍA
- Pode, se houver retenções diferenciadas para pequenos, médios e grandes produtores. Acho que o governo está disposto a negociar isso.

FOLHA - A marcha que você liderava entrou em confronto com outra contra o governo.
D'ELÍA
- Nós temos direito de apoiar o governo, e eles, de serem do contra. Mas aquela marcha era liderada por pessoas ligadas à ditadura militar. Eles reuniram 1.500 pessoas para bloquear a avenida de Maio e não nos deixar entrar na praça de Maio, mas entramos assim mesmo.

FOLHA - Por que aconteceram tantas agressões?
D'ELÍA
- Não, não houve muitas agressões.


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