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Revista para
pais gays faz
sucesso no país
THOMAS CRAMPTON
DO "NEW YORK TIMES"
Quando Michelle Darné e sua
parceira decidiram criar uma família, encontraram poucas respostas para suas perguntas.
"Tínhamos muitas dúvidas sobre como um casal de lésbicas pode ter filhos. Deveríamos adotar?
Uma de nós deveria engravidar?
Quais são nossos direitos legais?
Onde fica o melhor banco de espermatozóides?", diz Darné.
Além de um boletim de oito páginas distribuído com periodicidade irregular, Darné conta que
não encontrou nenhuma publicação que respondesse a essas perguntas. Então decidiram fazer a
sua própria revista.
"Em minhas pesquisas em busca de informações, percebi que
não estávamos sozinhas e vimos
que havia um mercado inexplorado. Naquela altura, adiamos os
planos para a família, tiramos
US$ 250 mil de nossas economias
e rezamos para que esse mercado
não reconhecido e não atendido
nos adotasse", afirma.
A aposta parece que está dando
certo. Três anos depois, Darné e
sua companheira, Kathleen
Weiss, publicam a revista "And
Baby". A cada dois meses sai uma
nova edição, abordando temas de
interesse para pais gays, lésbicas,
bissexuais e transexuais.
Entre os recentes artigos, há
"Compra de bonecas com pais
gays" (deixe a criança escolher),
"Meus filhos serão gays?" (dê
apoio em caso afirmativo) e
"Transição transexual: contando
a seus filhos" (crianças menores
aceitam mais rapidamente).
Darné e Weiss, que se conheceram há cinco anos por meio de
uma amizade comum, agora também têm gêmeas de um ano: London e Morisot.
A tiragem da revista é de quase
100 mil cópias. Segundo as duas,
há 11 mil assinantes, e as vendas
em banca somam 3.000. O crescimento da publicação veio principalmente em resposta a uma estratégia de distribuição gratuita
de exemplares nas maiores paradas gays do país e em festas gays e
clubes para pais do mesmo sexo.
"Sabíamos que 90% das pessoas
em eventos de orgulho gay são leitores em potencial. Não tínhamos
idéia de que estariam tão ansiosos
por nossa revista", conta Darné.
No entanto, apesar da popularidade entre os leitores, os anunciantes mantiveram-se céticos.
No começo, os anúncios eram de
bancos de espermatozóides e
agências de adoção, mas depois a
revista chamou a atenção de empresas como IBM e Bridgestone,
que também procuram atingir a
população gay.
Um estudo feito em 2002 pela
firma de marketing e relações públicas Witeck-Combs Communications estima que nos EUA 2,6
milhões de casais de gays ou lésbicas vivam em lares com crianças
menores de 18 anos.
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