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AMÉRICA LATINA
Justiça não vê indícios de que irlandeses treinaram guerrilheiros das Farc; Promotoria recorrerá da decisão
Colômbia absolve supostos membros do IRA
DA REDAÇÃO
Os três irlandeses apontados
como membros do grupo terrorista norte-irlandês IRA (Exército
Republicano Irlandês) e detidos
em agosto de 2001 em Bogotá sob
a acusação de dar treinamento
militar às guerrilhas terroristas de
esquerda Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia) foram condenados ontem apenas
por falsificação de documentos. A
Promotoria recorrerá.
As prisões tiveram bastante repercussão na época, pois foram
vistas como prova de uma suposta "rede internacional do terror".
A sentença, lida pela juíza Emilia Montañez, presidente do Conselho Superior do Judiciário, absolve "Martin McCauley, James
William Monaghan e Nial Connolly do delito de treinamento para atividades ilícitas".
Segundo o jornal colombiano
"El Tiempo", o juiz responsável
pela decisão, Jairo Acosta, se negou a ler a sentença alegando ter
sofrido "pressões", sem especificar de onde vieram.
Pelo delito de uso de documento público falso, a Justiça condenou McCauley a 36 meses de prisão, Monaghan a 44 meses e Connolly a 26. Todos devem ser soltos, já que na Colômbia toda pena
inferior a quatro anos tem direito
à prisão condicional após pagamento de fiança, estabelecida em
cerca de US$ 6.500 para cada um.
Os três também foram condenados "à expulsão do território",
mas devem ficar na Colômbia até
o cumprimento da pena e o fim de
eventual recurso da Promotoria.
Eles serão soltos até amanhã.
Reações
O procurador-geral do país,
Luis Camilo Osorio, anunciou
que recorrerá da decisão porque
considera as evidências contra os
três -testemunhos de ex-guerrilheiros e provas técnicas entregues pela Embaixada dos EUA em
Bogotá- "suficientes para condená-los por esse crime".
Na Irlanda do Norte, a notícia
da absolvição foi comemorada.
"Estou feliz com esse resultado. Se
tudo correr bem, espero que os
três jovens estejam em casa rapidamente", disse a jornalistas o ex-prefeito de Belfast Alec Maskey,
hoje deputado pelo Sinn Fein, o
braço político do IRA.
Monaghan e McCauley já haviam sido condenados por posse
de explosivos. McCauley foi ferido pela polícia em um depósito de
armas do IRA há 22 anos. Todos
os três negam envolvimento com
o grupo terrorista norte-irlandês.
Os acusados admitiram ter se
reunido com os guerrilheiros,
mas afirmaram que o motivo foi
para conhecer as fracassadas negociações de paz.
Com agências internacionais
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