|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CNA vence na África do Sul, mas precisará de alianças
Jacob Zuma é virtual novo presidente sul-africano
DA REDAÇÃO
O CNA (Congresso Nacional
Africano) teve sua ampla vitória na eleição sul-africana confirmada neste fim de semana,
mas não obteve os dois terços
necessários para governar sem
a oposição. Com 65,9% dos votos, o partido se reunirá no próximo dia 6 para aclamar seu líder, Jacob Zuma, presidente.
Com o resultado, o histórico
partido do ícone antiapartheid
e ex-presidente Nelson Mandela, no poder desde 1994, terá
264 dos 400 assentos no Parlamento, 33 a menos do que na
atual legislatura. Embora larga,
a maioria não permite ao CNA,
por três cadeiras, promover
mudanças constitucionais sem
apoio de siglas oposicionistas.
Segundo a Comissão Eleitoral, com 100% das urnas apurados, a AD (Aliança Democrática) obteve 16,7% e terá 67 assentos. O Cope (Congresso do
Povo), uma dissidência do CNA
ligada ao ex-presidente Thabo
Mbeki e criada no final do ano,
ficou com 7,4% (30). O Partido
Inkhata ficou com 4,6% (18).
O quarto pleito após o fim do
regime de segregação foi o primeiro em que o CNA viu sua
votação diminuir -em 2004,
foram 69,7%. O partido perdeu
ainda o governo de 1 das 9 Províncias sul-africanas. A Província do Cabo Ocidental será governada pela AD, da prefeita
branca da Cidade do Cabo, Helen Zille, que obteve 51%.
No primeira pronunciamento após a oficialização da vitória, o virtual novo presidente
sul-africano, Jacob Zuma, prometeu trabalhar com sindicatos e o empresariado para mitigar a crise econômica global.
Entre os desafios de Zuma,
estão ainda a alta incidência do
vírus HIV (18% da população),
a crescente desigualdade entre
os negros e a violência urbana.
Zuma, 67, ex-chefe da Inteligência do CNA no apartheid, é
visto com desconfiança pelo
mercado por sua ligação com
sindicatos e o Partido Comunista. Ele garantiu, porém, que
"não haverá surpresas" em relação à responsabilidade fiscal.
O futuro presidente sul-africano, que sucederá o interino
Kgalema Motlanthe, enfrenta
ainda desconfiança por acusações de corrupção e estupro. As
últimas delas foram retiradas
pela Promotoria no início do
mês por tecnicalidades, gerando críticas quanto à independência do Judiciário do país.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Prisão no Irã: Iraniano-americana inicia greve de fome Próximo Texto: Entrevista da 2ª - Frederik de Klerk: Dominância de partidos não é saudável para democracia Índice
|