São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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CNA vence na África do Sul, mas precisará de alianças

Jacob Zuma é virtual novo presidente sul-africano

DA REDAÇÃO

O CNA (Congresso Nacional Africano) teve sua ampla vitória na eleição sul-africana confirmada neste fim de semana, mas não obteve os dois terços necessários para governar sem a oposição. Com 65,9% dos votos, o partido se reunirá no próximo dia 6 para aclamar seu líder, Jacob Zuma, presidente.
Com o resultado, o histórico partido do ícone antiapartheid e ex-presidente Nelson Mandela, no poder desde 1994, terá 264 dos 400 assentos no Parlamento, 33 a menos do que na atual legislatura. Embora larga, a maioria não permite ao CNA, por três cadeiras, promover mudanças constitucionais sem apoio de siglas oposicionistas.
Segundo a Comissão Eleitoral, com 100% das urnas apurados, a AD (Aliança Democrática) obteve 16,7% e terá 67 assentos. O Cope (Congresso do Povo), uma dissidência do CNA ligada ao ex-presidente Thabo Mbeki e criada no final do ano, ficou com 7,4% (30). O Partido Inkhata ficou com 4,6% (18).
O quarto pleito após o fim do regime de segregação foi o primeiro em que o CNA viu sua votação diminuir -em 2004, foram 69,7%. O partido perdeu ainda o governo de 1 das 9 Províncias sul-africanas. A Província do Cabo Ocidental será governada pela AD, da prefeita branca da Cidade do Cabo, Helen Zille, que obteve 51%.
No primeira pronunciamento após a oficialização da vitória, o virtual novo presidente sul-africano, Jacob Zuma, prometeu trabalhar com sindicatos e o empresariado para mitigar a crise econômica global.
Entre os desafios de Zuma, estão ainda a alta incidência do vírus HIV (18% da população), a crescente desigualdade entre os negros e a violência urbana.
Zuma, 67, ex-chefe da Inteligência do CNA no apartheid, é visto com desconfiança pelo mercado por sua ligação com sindicatos e o Partido Comunista. Ele garantiu, porém, que "não haverá surpresas" em relação à responsabilidade fiscal.
O futuro presidente sul-africano, que sucederá o interino Kgalema Motlanthe, enfrenta ainda desconfiança por acusações de corrupção e estupro. As últimas delas foram retiradas pela Promotoria no início do mês por tecnicalidades, gerando críticas quanto à independência do Judiciário do país.


Com agências internacionais


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