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GUERRA SEM LIMITES
Medida violaria direito de privacidade
NY fotografa turistas e compara a imagens de suspeitos de terrorismo
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A partir de hoje, todos os turistas que forem à Estátua da Liberdade, em Nova York, terão o rosto
fotografado e comparado com
uma base de imagens de suspeitos
e acusados de terrorismo pelo FBI
enquanto visitam o monumento.
A iniciativa é inédita no país e já
causa polêmica, por ferir o direito
de privacidade garantido pela
Constituição dos EUA.
A medida vale para os que vão à
ilha da Liberdade, onde fica a estátua, fechada para visitação pública desde o dia 11 de setembro, e
para sua vizinha, a Ellis Island,
que abriga o Museu da Imigração.
Ambas as balsas que ligam Manhattan às ilhas já trazem uma
placa com o aviso da polícia federal norte-americana de que o sistema está sendo usado.
"Vamos ver se funciona e então
poderemos expandir seu uso para
outros pontos da cidade", disse
no sábado o governador do Estado, George Pataki, que visitava a
ilha da Liberdade com sua família
como prova de que os monumentos turísticos da cidade não corriam perigo, diferentemente do
que defendia alerta do FBI divulgado dias antes.
A tecnologia, desenvolvida pela
empresa Visionics, de Jersey City
(Estado de Nova Jersey), já havia
sido testada na final do campeonato de futebol americano de
2001, ocasião em que recebeu as
primeiras críticas, já que os torcedores não foram previamente avisados de que seriam checados.
Além disso, o sistema não é à
prova de falhas, o que pode causar
detenções e constrangimentos
desnecessários. "É um ação sem
eficácia e um insulto ao povo
americano", disse a ONG União
Americana das Liberdades Civis.
Aos alertas da última semana
veio se somar o mais recente, divulgado no sábado. Segundo o
FBI, terroristas poderiam fazer
uso de aviões de pequeno porte
em ataques futuros. É o quarto
aviso do gênero nos últimos sete
dias.
Críticos da Casa Branca acreditam que a nova política de divulgação de qualquer ameaça, por
menores que sejam os indícios,
visa evitar o constrangimento
causado por revelação da imprensa de que membros do governo
foram avisados antes de 11 de setembro da possibilidade de a Al
Qaeda usar aviões em ataques.
Os avisos, mais o fato de que hoje é feriado nacional norte-americano, deixaram o país em alerta. É
o primeiro Dia da Memória celebrado depois de 11 de setembro e
o primeiro também em que as vítimas do ataque terrorista serão
homenageadas junto com os
mortos do país em guerras.
Ontem, ainda, o jornal "The
New York Times" trouxe extensa
reportagem de capa segundo a
qual a maior parte dos mortos no
World Trade Center no dia 11 de
setembro estava nos andares mais
altos dos dois prédios. Segundo o
levantamento, 69% das 2.823 vítimas se encontravam nos últimos
19 andares da torre norte e nos últimos 33 da torre sul.
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