ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

O diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, 55, assume hoje, em Nova York, como representante da ONU no Iraque. Chegará a Bagdá na sexta-feira com uma equipe de cerca de dez pessoas.
O brasileiro é responsável pelo Alto Comissariado para Direitos Humanos da ONU desde setembro passado, e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, temia que retirá-lo do cargo para assumir outra função em tão pouco tempo pudesse ser interpretado como um sinal de desprestígio da área de direitos humanos.
Por isso, limitou a permanência do diplomata no Iraque a um período de quatro meses. Pesaram a favor de sua indicação o apoio dos EUA e seu trabalho anterior em regiões de conflito, como Kosovo e Timor Leste.
Vieira de Mello administrou Timor Leste desde o referendo de 1999, quando o país optou por se tornar independente da Indonésia, até 2002, quando o primeiro presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, tomou posse.
No início do mês, em Lausanne (Suíça), ele disse que a ONU vivia um momento crítico porque os EUA e o Reino Unido não haviam ainda conseguido aprovar uma resolução determinando o papel da entidade no Iraque.
"Uma situação que coloca o Secretariado da ONU, ao qual pertence o meu escritório, em uma posição delicada. O Secretariado considera que não tem mandato para agir no Iraque", disse.
Vieira de Mello terá um status de independência, mas não terá autoridade formal sobre o país -que ficou reservada à coalizão anglo-americana.


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