São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004

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OUTRO LADO

Americanos dizem liderar defesa de direitos humanos

DE NOVA YORK

O governo dos EUA rejeitou as acusações feitas pela Anistia Internacional de que sua guerra contra o terrorismo provocou desrespeito aos direitos humanos. "Eu não aceito isso", disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.
"Os EUA exercem liderança quando se trata de proteção aos direitos humanos", declarou, acrescentando que isso continuará a acontecer. Segundo McClellan, "a guerra contra o terrorismo protegeu os direitos humanos de 25 milhões de pessoas no Afeganistão e de 25 milhões de pessoas no Iraque".
"As pessoas nesses países não tinham o tipo de proteção a que estamos acostumados nos EUA e agora têm", disse.
O porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse que, "se eles tivessem dito que abusos ocorreram em Abu Ghraib, não acredito que teríamos discordado", referindo-se às praticas de tortura na prisão iraquiana documentadas em fotos que foram reveladas pela imprensa americana.
Ele, no entanto, acrescentou que rejeita "o argumento geral" da Anistia Internacional.
A organização acusa o governo americano de abusos no Iraque, no Afeganistão e na prisão de Guantánamo. Além disso, defende que o unilateralismo americano na Guerra do Iraque prejudicou a defesa dos direitos humanos no mundo todo por parte da ONU.
"Ao mesmo tempo", afirmou Boucher, "deixem-me dizer que consideramos seriamente o relatório da Anistia". "Prestamos atenção ao que dizem, analisamos os casos específicos levantados por eles", declarou.
Também ontem, a assessora de Segurança Nacional da Casa Branca, Condoleezza Rice, se reuniu com representantes de organizações de defesa dos direitos humanos, entre eles integrantes da Anistia Internacional. Segundo o governo americano, o encontro já vinha sendo planejado e não tinha nenhuma relação com a divulgação do relatório da Anistia.


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