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OUTRO LADO
Planalto admite o problema, mas afirma que o quadro melhorou
DA REDAÇÃO
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, afirmou ontem
que ""existem problemas" na área
de direitos humanos no Brasil,
que "estão sendo enfrentados
com planejamento estratégico".
Ele não entrou em detalhes ao
ser indagado sobre as informações publicadas pelo relatório da
Anistia Internacional.
Ao comentar o documento, o
ministro Nilmário Miranda, de
Direitos Humanos, disse ter ocorrido redução da violência cometida por policiais federais e que denúncias envolvendo PMs são um
problema dos governadores.
Admitiu ser correta a informação relativa ao aumento de homicídios contra índios no início do
governo, em 2003. Mas disse que a
situação se inverteu neste ano. Há
conflito fundiários em um quinto
das 620 áreas indígenas. "Os crimes envolvendo esse tipo de conflito são investigados." Segundo
ele, o governo estuda criar uma
ouvidoria para as populações indígenas, a fim de agilizar a apuração de denúncias.
Miranda disse ainda que a violência policial contra trabalhadores sem-terra diminuiu e que
houve elevação apenas em atos de
milícias privadas. O governo espera combater o problema por
meio do desarmamento.
Houve 103 casos de violações levantados contra o Brasil na OEA
(Organização dos Estados Americanos), 97% deles na esfera estadual. A solução, a seu ver, virá
com a lei que transfere esses crimes para a esfera federal.
São Paulo e Rio
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo divulgou nota
em que disse ter havido redução
de 38% nas ocorrências de mortes
por PMs em 2003.
Disse que todas as denúncias
são apuradas pelas Corregedorias
de Polícia. Afirmou que, em 2003,
foram demitidos 910 policiais civis e militares, 65% a mais do que
no ano anterior. Sobre a menção
aos supostos grupos de extermínio em Guarulhos e Ribeirão Preto, a secretaria diz que os dois casos estão sendo investigados.
No Rio, o secretário fluminense
de Direitos Humanos, Jorge da
Silva, mencionou, como iniciativas para resolver o problema, a
criação da Ouvidoria da Polícia,
da Corregedoria Geral Unificada
e da sua própria secretaria.
Disse que, no caso do sino-brasileiro Chan Kim Chang, morto
após tortura no presídio Ary
Franco, 11 pessoas foram presas;
no caso de quatro jovens mortos
no morro do Borel, cinco PMs estão sendo processados.
Silva também disse que lei, já
aplicada 156 vezes, permite que o
secretário da Segurança Pública
afaste policiais comprovadamente envolvidos em crimes.
Com sucursais de Brasília e Rio
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