São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004 |
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ÁLCOOL E PODER Fita mostra que, em 73, o presidente dos EUA não estava em condições de discutir Oriente Médio ao telefone Bêbado, Nixon não atendeu premiê britânico
DA ASSOCIATED PRESS Em plena crise internacional, na noite de 11 de outubro de 1973, o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, esteve impossibilitado de atender a um telefonema do primeiro-ministro britânico à época, Edward Heath. Isso porque o presidente estava embriagado. A informação inusitada foi dada naquela mesma data, antes das 20h, pelo secretário de Estado da época, Henry Kissinger, a um de seus assessores, Brent Scowcroft. A transcrição do telefonema que ambos trocaram se encontra entre as 20 mil páginas de registros oficiais que permaneceram classificadas como inacessíveis por 30 anos e que puderam a partir de ontem ser consultadas nos Arquivos Nacionais. Israel e seus vizinhos árabes estavam em guerra havia cinco dias. Foi a Guerra do Yom Kippur, desencadeada pelo Egito e pela Síria. A tensão entre os EUA e a então URSS, aliada dos países agressoras, andava bastante elevada. Foi nesse contexto que Edward Heath, um aliado preferencial dos americanos, telefonou de Londres para trocar idéias com Nixon. Ao ser informado de que o premiê estava na linha, Kissinger perguntou a Scowcroft se era possível excepcionalmente não passar a ligação. E se explicou: "Quando conversei com o presidente, ele estava de porre ("he was loaded"). Heath não ficou sabendo do incidente. Aconselhado por Kissinger, o assessor agendou a conversa telefônica para a manhã do dia seguinte, 12 de outubro. Nixon estava tenso na época em razão dos rumos tomados pelas investigações do caso Watergate, que o forçariam a renunciar para evitar o impeachment em agosto do ano seguinte, 1974. Texto Anterior: "NYT" faz mea-culpa sobre sua cobertura Próximo Texto: Frase Índice |
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