|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"NYT" faz mea-culpa sobre sua cobertura
DA REDAÇÃO
O "New York Times" publicou
ontem um mea-culpa em que critica a sua própria cobertura do
Iraque, afirmando que deveria ter
sido mais cético em relação às informações passadas por dissidentes do regime do ditador deposto
Saddam Hussein.
Em texto assinado "pelos editores", o jornal disse ter descoberto
"situações em que não foi tão rigoroso quanto deveria ter sido".
"Em alguns casos, informação
que parecia controversa à época, e
que parece questionável agora, foi
qualificada de maneira insuficiente ou não recebeu confrontação. Olhando para trás, gostaríamos de ter sido mais agressivos
no reexame das afirmações [feitas
pelas fontes] à medida que novas
evidências surgiam ou deixavam
de surgir."
Uma das fontes que o "NYT"
usou é Ahmad Chalabi, um dos
mais proeminentes dissidentes de
Saddam. O Pentágono considerou por muito tempo Chalabi como um possível substituto de
Saddam, mas o iraquiano caiu em
desgraça junto ao governo americano, que o acusa de ter passado
aos iranianos informações sobre a
ocupação. Nos últimos dez dias,
forças americanas e iraquianas
vasculharam sua casa, e o governo
dos EUA suspendeu um auxílio
de US$ 340 mil mensais ao Congresso Nacional Iraquiano, grupo
liderado pelo ex-aliado.
"Autoridades do governo agora
reconhecem que algumas vezes
acreditaram em informações erradas dessas fontes exiladas. O
mesmo fizeram muitas organizações da imprensa -esta, particularmente", disse o jornal, que ainda revelou usar Chalabi como
fonte desde 1991.
Sem citar nominalmente nenhum jornalista, o diário listou,
entre as causas das falhas, o fato
de que editores, "de vários níveis", que deveriam ter pressionado repórteres para serem mais céticos, estavam "talvez muito determinados em conseguir furos
para o jornal".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Blair recua e concorda com os EUA Próximo Texto: Álcool e poder: Bêbado, Nixon não atendeu premiê britânico Índice
|