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DIREITOS HUMANOS
Washington divulga relatório para mostrar o que os americanos têm feito pela democracia em 92 países
EUA relatam suas "boas ações" no mundo
DE WASHINGTON
O Departamento de Estado
norte-americano publicou nesta
semana um amplo relatório destacado as principais iniciativas
dos EUA na área de direitos humanos e de apoio à democracia
em 92 países do mundo.
A iniciativa, batizada de
"Apoiando os Direitos Humanos
e a Democracia", é inédita e tem o
objetivo de se contrapor às críticas de que os EUA não têm ações
práticas, apenas críticas, na área.
Desde 1977 o governo americano publica anualmente relatório
destacando apenas as violações
aos direitos humanos e à democracia em 196 países. O último documento do tipo, com críticas generalizadas, foi divulgado no final
de março.
"Desta vez, além de destacar os
problemas, decidimos mostrar o
que estamos fazendo a respeito
em vários países e regiões", diz
Lorne Craner, secretário-adjunto
para Democracia, Direitos Humanos e Assuntos Trabalhistas do
Departamento de Estado.
Em relação ao Irã, o novo alvo
da retórica militar americana, não
há nenhuma iniciativa dentro do
país. São citadas apenas "pressões" pró-democracia e direitos
humanos via resoluções na ONU
e junto a países que mantêm relações comerciais com Teerã.
Vários dos 196 países citados no
relatório anual são agrupados no
novo documento. Referências a
Macau, Hong Kong e Tibete, por
exemplo, constam no item "China", onde o governo é descrito como "autoritário". O país é destinatário de iniciativas ""multimilionárias" para "ampliar liberdades
civis", diz o relatório.
A introdução do documento cita a Declaração de Independência
americana e a "luta contra a escravidão e às ameaças totalitárias"
como motivos das ações anunciadas em vários países.
O risco de ações terroristas no
mundo também é apontado como motivo para as iniciativas.
Os programas anunciados no
relatório atual destacam, principalmente, o monitoramento de
processos eleitorais em vários
países, doações para ONGs da
área de direitos humanos e democracia e financiamentos de projetos para cuidar de refugiados, perseguidos políticos e vítimas de
conflitos regionais.
O documento não traz um valor
consolidado de quanto os EUA
colocaram nos diversos programas e ações que anuncia.
Em alguns casos, como Venezuela, Equador e outros países fora da América Latina, no entanto,
aparecem cifras destinadas a programas específicos. O Brasil não
está citado no documento.
No relatório publicado em março, o Brasil é acusado de violações
de direitos humanos no sistema
penitenciário, na área de violência
policial e de ter um sistema Judiciário "lento e não-confiável".
Na América Latina, o principal
destaque se dá em relação às
ações norte-americanas na Colômbia. Além das iniciativas
anunciadas no documento, os
EUA já colocaram cerca de US$ 2
bilhões no país para ajudar as
Forças Armadas colombianas na
luta contra as Farc. A Colômbia,
segundo o relatório, sofre cerca de
3.000 sequestros por ano.
(FERNANDO CANZIAN)
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