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DIREITOS HUMANOS
Entidade cita o Brasil como exemplo de país onde a legislação antitortura não funciona na prática
Tortura é prática comum, denuncia Anistia
DA REDAÇÃO
A tortura continua sendo uma
prática comum em todo o mundo
e tem assumido novas formas,
conclui relatório da Anistia Internacional (AI) divulgado ontem,
Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura. A entidade de
direitos humanos afirma que recebeu denúncias de tortura vindas de 106 países em 2002 -a
ONU tem 191 países-membros.
A lista aumenta para mais de
150 países se se considera o período entre 1997 e 2000. Nesses anos,
houve casos de morte por tortura
em mais de 80 países. O relatório
da AI não quantificou os casos.
A AI afirma que, em muitos casos de torturas relatados em todo
o mundo, os responsáveis são
agentes de Estado, apesar de a
prática ser considerada ilegal em
quase todos os países.
Israel é o único país onde a tortura é legalizada, diz a Anistia. A
legislação permite que interrogadores usem o argumento chamado de "bomba-relógio" -ou seja,
é justificável torturar para tentar
evitar um atentado, por exemplo.
As maiores vítimas são palestinos
suspeitos de envolvimento com o
terrorismo.
A entidade também afirma que
o recente avanço na legislação
contra a tortura em vários países
do mundo não tem evitado a prática. O relatório cita o Peru e Brasil
como exemplos de países onde isso ocorre.
"A incidência de tortura não
vem diminuindo", diz Eric Prokosch, responsável pelo relatório.
Para a Anistia, a tortura também é comum em casos de detenções prolongadas, quando adota
formas distintas das tradicionais.
"No mundo, um grande número de prisioneiros vive em condições que prejudicam seu bem-estar físico e mental, representando
uma ameaça para as suas vidas",
diz Prokosch. A Anistia considera
essas condições como equivalentes à tortura.
Brasil
A Anistia afirma que a tortura é
prática comum em investigações
policiais e nas prisões brasileiras.
O relatório cita um levantamento
feito em 2000 para afirmar que a
tortura é rotineira na maioria do
país. Segundo a AI, os promotores têm pouco conhecimento da
Lei de Tortura ou são coniventes
com a prática. As grandes exceções positivas são o trabalho de
promotores em Minas Gerais e a
adoção de presídios pequenos,
como a Penitenciária Juiz Plácido
de Souza, em Caruaru (PE).
Com agências internacionais
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