São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Papa muda regras para eleição de sucessores

Bento 16 restaura eleição de sumo pontífice por dois terços dos votos

Regra, tradição da igreja, havia sido alterada por João Paulo 2º; alemão também instituiu um "segundo turno" nos conclaves

DA REDAÇÃO

O papa Bento 16 alterou uma das regras para os conclaves, fazendo retornar uma tradição da Igreja Católica que estabelece que os papas devem ser eleitos por uma maioria de dois terços dos votos dos cardeais eleitores -aqueles que têm até 80 anos de idade.
Alterado em 1996 por seu antecessor, João Paulo 2º, num documento chamado "Universi Dominici Gregis" (todo o rebanho do Senhor), que redefinia parte dos procedimentos para os conclaves, o sistema de eleição do sumo pontífice passou então a exigir a maioria de dois terços só até o 13º dia da eleição (o que compreende, tradicionalmente, 33 ou 34 votações). A partir de então, os cardeais poderiam decidir, numa votação por maioria simples, se a eleição do novo papa prosseguiria no sistema de dois terços ou adotaria a maioria simples.
A regra nunca foi posta em prática, dado que Bento 16, que sucedeu imediatamente o papa polonês, foi eleito, em 2005, no segundo dia de conclave, após apenas três votações.
Num documento em latim assinado no dia 11 de junho último, o atual papa elimina a possibilidade aberta por seu antecessor, restabelecendo a necessidade da maioria por dois terços. Nesse mesmo documento, uma espécie de ordem executiva denominada "motu proprio", Bento 16 introduz uma nova regra: a votação terá de seguir dependendo da maioria de dois terços mas, depois do 13º dia, só poderão ser votados os dois cardeais que obtiveram a maioria dos votos no pleito imediatamente anterior -ele criou uma espécie de segundo turno eventual.
Segundo o site de notícias Catholic News Service, o papa alemão disse que houve vários pedidos para que se voltasse à regra anterior, que vigorava havia mais de 800 anos.
Segundo o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, Bento 16 quer garantir que o papa seja eleito "com o consenso mais amplo possível".


Com agências internacionais


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