São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2006

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análise

Grupo mostra ter "coelhos na cartola"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE HAIFA

Desde o início do conflito, no dia 12 de julho, o Hizbollah vem conseguindo surpreender o Exército de Israel. Os comandantes militares israelenses afirmam que têm suficiente informação de inteligência sobre o grupo, mas fatos mostram que a organização tinha -e ainda tem- coelhos na cartola.
Ontem, os militares israelenses descobriram a capacidade de reagrupamento e contra-ataque do Hizbollah, no conflito na aldeia de Bint Jibeil -que Israel considerava estar dominada, após ter sido cercada por tanques, com apoio de artilharia e de bombardeios aéreos.
O Hizbollah construiu, durante anos, uma rede de túneis e abrigos ao longo da fronteira difícil de ser localizada. O grupo tem soldados uniformizados, bem treinados e equipados por iranianos e sírios, e com motivação fanática religiosa.
Mas, de maneira também surpreendente, não vem usando homens-bomba durante batalhas, segundo disseram à Folha militares de Israel.
Os métodos do Hizbollah recém-descobertos por Israel estão provocando críticas duras ao comando militar do país. Generais estão pedindo mais tropas e atribuindo as falhas a Dan Halutz, chefe do Estado-Maior.
As táticas usadas pelo Hizbollah consistem em tentar anular a desvantagem numérica e tecnológica do Exército de Israel.
A emboscada de ontem, por exemplo, começou ao amanhecer, quando os soldados israelenses já não tinham a ajuda de equipamentos de visão noturna.
Os guerrilheiros atraíram os soldados para uma área urbana e só saíram do esconderijo quando obtiveram vantagem para abrir fogo primeiro.
Isso envolve civis no conflito, colocando Exércitos regulares em dilemas morais e sob cobrança de governos que grupos terroristas sem Estado não enfrentam.
Israel admitiu também que não sabia da existência de mísseis iranianos antinavios, disparados da costa, nas mãos do Hizbollah. Um deles matou quatro marinheiros em uma corveta israelense a 16 quilômetros de Beirute.
(MG)


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