|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sarkozy quer reatores para países árabes
Líder francês é criticado pela Alemanha por vender equipamento nuclear à Líbia; França fecha venda de US$ 4 bi à China
EUA apóiam negócio francês
com regime líbio; UE afirma que normalização dos laços com Trípoli ainda precisa ser ratificada pelos 27 membros
DA REDAÇÃO
Depois de assinar um acordo
para a venda à Líbia de um reator nuclear para a dessalinização da água do mar, o presidente da França, Nicolas Sarkozy,
disse ontem que o Ocidente deveria confiar nos Estados árabes, fornecendo-lhes essa tecnologia para uso pacífico.
"A energia nuclear é a do futuro", afirmou, ainda em Trípoli, antes de seguir para Dacar,
Senegal. "Se não dermos essa
energia, como eles se desenvolverão? E se não o fizerem, precisaremos arcar com o ônus do
terrorismo e o fanatismo."
Um dos assessores de Sarkozy, Claude Guéant, disse que
a venda desses equipamentos
pressupõe que o comprador
aceite as regras internacionais.
O vice-ministro alemão do
Exterior, Gernot Erler, disse
que a venda do reator francês à
Líbia era "politicamente problemática", pois "o risco da proliferação cresce". Já para o Departamento de Estado dos EUA
a França "certamente ficará
atenta para garantir o respeito
às normas internacionais".
Nuclearização árabe
Em novembro de 2006 a
AIEA (agência nuclear da
ONU) disse que Egito, Argélia,
Tunísia e Marrocos anunciaram a intenção de instalar programas nucleares civis. A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos também o fizeram.
Sarkozy, em sua turnê pela
África, se comporta como um
vendedor. A Areva, consórcio
francês, é hoje o maior exportador mundial de reatores e equipamentos relativos ao ciclo de
produção de combustível. Ela
cresceu subsidiada pelo mercado interno-78% da eletricidade francesa é nuclear.
Ainda ontem, o jornal "Le Figaro" informou que a Areva fecharia na próxima semana a
venda de dois super-reatores à
China por US$ 4 bilhões.
Cautela da Europa
A Comissão Européia declarou ontem que vem sendo elaborado um documento com os
procedimentos que os 27 países
do bloco devem adotar para
normalizarem suas relações
com a Líbia. O texto deve ser
aprovado em outubro, em reunião de chanceleres.
O órgão não criticou a França
por se precipitar em premiar a
ditadura líbia ante a libertação,
nesta semana, de cinco enfermeiras búlgaras e de um médico palestino, injustamente presos naquele país por oito anos.
A Bélgica pediu que a UE fixe
critérios rígidos de normalização, que condicionem Trípoli a
respeitar os direitos humanos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Oriente médio: Renuncia chefe da segurança palestina Índice
|