São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Cresce popularidade de extremistas; sete árabes israelenses são presos sob a acusação de envolvimento em atentado

Maioria dos palestinos apóia atentados contra Israel

DA REDAÇÃO

A maior parte dos palestinos se opõe aos esforços para conter os atentados contra civis israelenses e metade desaprova uma trégua gradual com Israel, segundo pesquisa do Centro Palestino para Política e Análise de Pesquisa.
Em Israel, sete árabes israelenses foram detidos sob a acusação de envolvimento em atentado suicida que matou nove pessoas. A notícia aumentou a preocupação de envolvimento de extremistas palestinos com a população árabe de Israel, que pode circular livremente pelo país.
Segundo o estudo do instituto, 53% apóiam a manutenção dos atentados, enquanto 43% são contra. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, e foram entrevistados 1.320 palestinos.
Metade dos entrevistados disse ser contrário a uma trégua gradual com os israelenses. O número dos que apóiam a medida é de 48%.
A popularidade do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, está praticamente inalterada em relação ao último levantamento, feito em maio. Ela oscilou de 35% para 34%. Antes da eclosão da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), há 23 meses, sua popularidade era de 46%.
O segundo palestino mais popular é Marwan Barghouthi, líder do Fatah (facção política de Arafat) e atualmente preso em Israel sob a acusação de envolvimento com atentados terroristas. Ele tem 23% de apoio, contra 19% em maio e 11% antes da Intifada.
O apoio aos grupos extremistas islâmicos, como o Hamas e o Jihad Islâmico, também cresceu: de 17% antes da Intifada para 27% agora. O apoio ao Fatah caiu 11 pontos percentuais, para 26%.

Árabes israelenses
Os sete árabes israelenses detidos ontem são acusados de ter ajudado a estocar explosivos. Todos são da mesma família e teriam participação em atentado suicida que matou nove pessoas em um ônibus no norte de Israel, no dia 4 de agosto.
Na semana passada, quatro árabes israelenses já haviam sido detidos por suposto envolvimento em uma série de atentados, inclusive o na Universidade Hebraica de Jerusalém, em 31 de julho.
As prisões aumentaram o temor de alianças de extremistas palestinos com árabes israelenses, que podem estimular uma maior segregação contra os árabes israelenses em Israel. Ao todo, 1 milhão de árabes têm cidadania israelense. A população do país é de cerca de 6 milhões. Além disso, 200 mil palestinos que vivem em Jerusalém podem circular por Israel.
O porta-voz do governo de Israel, Ranaan Gissin, salientou ontem que quase todos os árabes israelenses não têm envolvimento com o terrorismo.

Câncer
O comandante das Forças Armadas de Israel, Moshe Yaalon, disse que o conflito com os palestinos "é um câncer" para Israel e "precisa ser combatido até o fim". A declaração foi dada em encontro de rabinos. Ele foi criticado por pacifistas israelenses.
Na Cisjordânia, forças israelenses, com o apoio de helicópteros e tanques, entraram no campo de refugiados de Jenin e prenderam Jamal Abul Haji, 44, líder regional do Hamas.
O sindicato dos jornalistas palestinos decidiu que os jornalistas palestinos não poderão mais gravar ou fotografar imagens de crianças armadas ou posando como terroristas em manifestações.
A ANP teria pressionado o sindicato a tomar a decisão porque as imagens seriam prejudiciais à causa palestina no exterior.

Expulsão
A Suprema Corte de Israel iniciou ontem audiência para decidir a legalidade da expulsão de familiares de terroristas da Cisjordânia para a faixa de Gaza. Grupos de direitos humanos criticam a medida, argumentando que ela é ilegal.


Com agências internacionais


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