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ORIENTE MÉDIO
Segundo Israel, Deif, no topo da lista dos mais procurados, provavelmente está morto; para grupo, ele está ferido
Israel ataca líder militar do Hamas em Gaza
DA REDAÇÃO
Disparos de mísseis feitos por
helicóptero israelense em Gaza
mataram dois membros do grupo
extremista Hamas e feriram 27
pessoas -seis em estado grave. O
alvo do ataque era Mohammad
Deif, 37, líder da ala militar do
grupo, segundo Israel. Porém o
Hamas afirma que ele está vivo.
"Deif estava no carro, mas teve
apenas ferimentos leves", disse o
Hamas em comunicado oficial.
Israel afirma que provavelmente
o líder do Hamas tenha sido morto. Deif estava no topo da lista dos
mais procurados por Israel.
De acordo com as forças de segurança de Israel, será preciso esperar entre 24 e 48 horas para ter
certeza se Deif foi morto. Os disparos atingiram o carro em que
ele estava. Os dois mortos eram
seus assessores.
A ação israelense foi uma resposta ao recente atentado suicida
em Tel Aviv, reivindicado pelo
Hamas, que deixou seis mortos.
Anteontem, o grupo extremista
disparou três mísseis Qassam, de
fabricação caseira, desde a faixa
de Gaza contra o território israelense. Ninguém se feriu.
O antecessor de Deif no cargo
de chefe militar do Hamas, Salah
Shehada, foi morto também em
um ataque israelense. A ação,
ocorrida em 23 de julho, deixou 15
mortos, sendo nove crianças.
Israel afirma que esses ataques
são preventivos e visam eliminar
terroristas que organizam atentados contra israelenses.
Abdel Aziz Rantisi, um dos
principais líderes do Hamas, afirmou ontem que o grupo irá se
vingar do ataque israelense. "O
Hamas irá realizar novas operações de martírio [atentados" em
Tel Aviv, Jaffa e Haifa", disse.
Os palestinos afirmam que os
ataques preventivos de Israel devem ser classificados como terrorismo de Estado.
Uma menina de 14 meses foi
morta ontem em Hebron após ser
contaminada por gás lacrimogêneo lançado por forças israelenses
contra palestinos.
Em Ramallah (Cisjordânia),
continuou o impasse sobre o cerco ao quartel-general do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat.
O primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, afirmou que a ação
é necessária porque os palestinos
planejam "intensificar os ataques
contra israelenses". Segundo o
premiê, eles estariam se aproveitando de que agora os EUA pretendem atacar o Iraque e não querem entrar em choque com os
países árabes para conseguir
apoio na sua operação contra o
regime de Saddam Hussein.
Os EUA fizeram nos últimos
dias duras críticas ao cerco israelense a Arafat. No Conselho de Segurança da ONU, não utilizaram
o poder de veto para impedir a
aprovação de resolução da ONU
exigindo o fim imediato do cerco.
Os americanos são os principais
aliados de Israel.
A ANP nega ter envolvimento
com grupos terroristas e Arafat
tem condenado sistematicamente
todos os atentados.
Em Israel, Sharon tem sido alvo
de críticas pela operação em Ramallah. Analistas afirmam que ela
acontece em hora errada, pois a
ANP dava sinais de que estava se
reformando e de que forças alternativas a Arafat poderiam surgir.
O cerco teria servido apenas para fortalecer o líder palestino.
Em outros choques ontem, dois
palestinos foram mortos.
Ao menos 1.569 palestinos e 601
israelenses morreram desde a
eclosão da Intifada (o levante palestino contra a ocupação israelense), em setembro de 2000.
Com agências internacionais
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