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SABOR CAPITALISTA
É o maior evento do tipo na ilha desde 59
Com milk-shake e batata frita, Fidel abre feira americana em Cuba
DA REDAÇÃO
Fidel Castro, 76, alimentando
um pequeno búfalo de Minnesota, comendo passas da Califórnia
e tomando milk-shake com batatas fritas foram imagens que marcaram ontem a abertura da maior
feira agropecuária cubano-americana desde a Revolução Cubana,
de 1959. Os EUA mantêm um embargo econômico contra a ilha caribenha há quatro décadas.
O ditador passeou pelo parque
de exposições, que fica nos arredores de Havana, mas, por recomendação médica, evitou comer
hambúrgueres nas lanchonetes
montadas ao estilo dos anos 50.
"Pouco a pouco vamos superando as dificuldades", disse Fidel, aos ser questionado sobre
eventuais iniciativas em Washington para levantar o embargo.
Os americanos estão representados por uma delegação de cerca
de 800 executivos de mais de 280
empresas vindas de 33 Estados.
A delegação é liderada pelo governador de Minnesota (norte),
Jesse Ventura, 51, um ex-praticante de luta livre que interrompeu a carreira no fim da década de
80 por supostos problemas de
saúde: ele teria sido exposto ao tóxico agente laranja durante a
Guerra do Vietnã.
Cultivando uma careca como
marca registrada, Ventura fez carreira pública pregando o combate
ao crime. Depois de ter sido prefeito de uma cidade média de seu
Estado, foi eleito governador, em
1998, pelo Partido da Reforma.
"Nunca sonhei estar aqui em
Cuba nem em ver tremular juntas
as bandeiras de nossos países",
disse Ventura. Para ele, a feira seria o "primeiro passo" para a normalização das relações entre Havana e Washington.
Não será uma caminhada fácil.
O governo Bush se opõe a iniciativas de abrandamento nas sanções. Desde o ano passado, entretanto, Cuba já comprou cerca de
US$ 140 milhões em grãos, frangos e maçãs dos EUA, dentro de
uma política de liberalização do
embargo que o Congresso americano vem implementando.
Gigantes da indústria alimentícia, como a Cargill, foram a Cuba
com a esperança de ganhar um
promissor mercado no futuro.
Para "seduzir" o consumidor
cubano, os quiosques mostravam
produtos-símbolo dos EUA que
estão ausentes do país há mais de
40 anos: sucrilhos Kellogg's, chicletes Wringley e arroz Uncle Ben.
O otimismo quanto à eventual
abertura de mercado, porém, não
era geral. Segundo James Cason,
chefe do escritório de representação dos EUA, "Cuba tem uma
economia "Jurassic Park", que não
poderia gerar dinheiro para pagar
importações americanas".
Com agências internacionais
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