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AMÉRICA LATINA
Presidente colombiano diz que procurou Fidel para ajudar no processo de paz e nega favorecer paramilitares
Uribe vê pouca chance de reunião ONU-Farc
DA REDAÇÃO
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse ontem que há
poucas chances de que um encontro entre a ONU e a guerrilha terrorista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) seja
realizado no Brasil para discutir a
retomada do processo das negociações de paz, interrompido em
fevereiro do ano passado.
Uribe pôs a culpa nas Farc, afirmando que a guerrilha marxista
não manifestou até agora interesse em realizar um eventual encontro.
"A última informação que recebi da ONU indica que um encontro entre as Nações Unidas e as
Farc no Brasil simplesmente não é
mais baseado na realidade", disse
Uribe, em entrevista.
O porta-voz e ex-negociador
das Farc, Raúl Reyes, e o enviado
especial da ONU à Colômbia, James LeMoyne, haviam trocado
comunicações e seriam os prováveis representantes em eventual
encontro no Brasil, que ofereceu
seu território.
Um dos assuntos do encontro
seria os civis sequestrados pela
guerrilha, como a ex-candidata
presidencial Ingrid Betancourt.
As Farc e a guerrilha terrorista
ELN (Exército de Libertação Nacional) tentam tomar o poder na
Colômbia desde 1964. O conflito
tem provocado a morte de cerca
de 3.500 pessoas todos os anos.
O direitista Uribe, que assumiu
o poder há pouco mais de um
ano, tem dito que irá derrotar os
grupos rebeldes e intensificou as
operações militares.
Ontem, ele disse que procurara
ajuda do ditador cubano, Fidel
Castro, para abrir uma linha de
negociação com a ELN, mas sem
sucesso.
Uribe disse que ofereceu libertar dois líderes da ELN presos, Felipe Torres e Francisco Galan, caso eles concordassem em "lutar
pela paz", mas não disse qual foi a
resposta deles nem quando a proposta havia sido feita.
Anistia
Na viagem que fará aos EUA na
semana que vem, Uribe defenderá seu projeto de dar liberdade
condicional a membros de grupos armados que concordarem
com um plano de paz.
A iniciativa foi criticada por
ONGs e, recentemente, por um
grupo de 56 congressistas norte-americanos, que vêem um favorecimento aos grupos terroristas
paramilitares, que combatem as
guerrilhas marxistas.
Ao se referir à críticas dos parlamentares americanos, Uribe pediu que a comunidade internacional "não atravesse" a intenção do
governo de desmobilizar os grupos ilegais.
"Pergunto aos colombianos e à
comunidade internacional: por
que não buscamos um consenso
de projeto que nos ajudará a desmobilizar os paramilitares e amanhã poderia ajudar a desmobilizar a guerrilha?", questionou.
Para os críticos, o projeto apenas beneficiaria as Autodefesas
Unidas da Colômbia (AUC), com
as quais Uribe já tem um plano de
paz.
Com agências internacionais
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