São Paulo, segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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Usinas nucleares do Irã são alvo de vírus

Especialistas em segurança de computadores afirmam que o Stuxnet é o primeiro com fim de atacar indústrias

Governo iraniano diz que apenas as máquinas de funcionários foram contaminadas, e não as atividades das centrais

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Computadores usados por funcionários de usinas nucleares do Irã foram alvo do ataque de um vírus projetado para sabotar sistemas de informação industrial, afirmaram autoridades da Organização Iraniana de Energia Atômica.
O governo iraniano, porém, nega que o vírus tenha afetado as atividades de quaisquer das instalações nucleares do país, como a de Bushehr.
"Desmentimos que o sistema de informação da central tenha sido afetado pelo vírus", disse Mahmoud Javari, diretor da usina de Bushehr, ao canal iraniano Al Alam.
Segundo a empresa americana de segurança de tecnologia Symantec, 60% dos 45 mil computadores contaminados pelo Stuxnet no mundo estão localizados no Irã; outros 18% na Indonésia e só 2% nos EUA. Quase 30 mil provedores de internet iranianos foram afetados.
O número de casos no Irã gerou a desconfiança de que o ataque tenha sido resultado de um plano contra o programa nuclear iraniano.
A agência nuclear do Irã já havia tomado medidas preventivas para combater o vírus antes de o programa entrar na rede. Os técnicos iranianos se reuniram na semana passada para discutir maneiras de remover e controlar as infecções.
"O virus-espião Stuxnet foi criado em alinhamento à guerra eletrônica do Ocidente contra o Irã", disse Mahmoud Liayi, secretário iraniano do Conselho de Tecnologia de Informação do Ministério das Indústrias, ao jornal "Iran Daily".
No mês passado, técnicos americanos haviam anunciado que o Stuxnet era o primeiro vírus de computador no mundo desenvolvido especificamente para atacar plantas industriais.
O pesquisador de segurança em informática alemão Ralph Langner analisou o código do programa e concluiu que o alvo seria o sistema nuclear do Irã. Mas Langner ressalva: "Essa ideia é ainda especulativa".
Testes estão em andamento em laboratórios de todo o mundo para compreender as características do vírus. Vários analistas e peritos oficiais dizem que ainda não é possível determinar por enquanto quem o desenvolveu e com qual objetivo.
O especialista Liam Murchu, da Symantec, disse que podem existir outros alvos para o Stuxnet, como as tubulações de petróleo.
Ele afirma que não seria fácil para uma equipe comum produzir esse tipo de programa e que somente uma agência governamental teria essa capacidade. Muitos países teriam tecnologia em informática suficiente para programar o código do Stuxnet.
Murchu cita China, Russia, Israel, Reino Unido, Alemanha e EUA como alguns dos governos com os recursos necessários para planejarem um ataque.


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