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Israel deve "ser apagado do mapa", diz líder do Irã
DA REDAÇÃO
Mahmoud Ahmadinejad, o
presidente linha-dura do Irã, declarou ontem que Israel é "uma
mancha desgraçada" que deveria
ser "apagada do mapa". Após a
afirmação, o vice-premiê israelense, Shimon Peres, pediu que o
Irã seja expulso da ONU.
As declarações foram feitas em
Teerã durante um congresso intitulado "O Mundo sem Sionismo",
a uma platéia de 4.000 estudantes
que recebeu o presidente aos gritos de: "Morte a Israel!".
"Não há dúvida de que a nova
onda [de ataques] na Palestina logo apagará essa mancha desgraçada do mundo islâmico", disse o
presidente. Ontem, cinco pessoas
foram mortas por um homem-bomba em Hadera, no primeiro
ataque terrorista em Israel desde a
retirada de Gaza, em setembro.
"Como disse o imã [aiatolá Ruhollah Khomeini], Israel tem de
ser apagado do mapa", afirmou
Ahmadinejad, que assumiu em
agosto, sucedendo o reformista
Mohammad Khatami, cujo governo se aproximou do Ocidente.
A declaração -a primeira em
anos, por parte de um presidente
iraniano, a defender o fim de Israel- provocou reações imediatas. França e Espanha convocaram os embaixadores iranianos
em seus territórios a prestar esclarecimentos. E a Alemanha "condenou duramente" as afirmações.
Os EUA também reagiram com
firmeza. Na Casa Branca, o porta-voz Scott McClellan afirmou que
as declarações de Ahmadinejad
"reforçam as preocupações" já
existentes com o Irã. O Departamento de Estado fez condenação
semelhante e citou os planos nucleares de Teerã, que o governo
iraniano afirma serem pacíficos,
mas que a comunidade internacional teme serem bélicos.
Apenas a Rússia acorreu em socorro de Teerã, dizendo que o pedido de Israel é "muito sério para
ser guiado pela política".
"Deve ser apresentada uma petição clara ao secretário-geral da
ONU [Kofi Annan] e ao Conselho
de Segurança para conseguir a expulsão do Irã da ONU", escreveu
Peres em uma carta aberta ao premiê Ariel Sharon. A carta, enviada
para a agência de notícias France
Presse pelo gabinete de Sharon,
argumenta que é "inconcebível
que, no governo de um país-membro da ONU, esteja um homem que convide ao genocídio".
O vice-premiê alega ainda que
as declarações de Ahmadinejad
"vão contra a carta da ONU e
equivalem a um crime contra a
humanidade", o qual "se torna
mais grave ainda se levado em
conta que o Irã tenta desenvolver
um programa nuclear".
Ahmadinejad, em discurso televisado, criticou os países árabes
que se aproximaram de Israel, como o Bahrein e Qatar. "Qualquer
um que reconhecer Israel queimará no fogo da fúria da nação islâmica. Qualquer líder islâmico
que reconhecer o regime sionista
estará reconhecendo a rendição e
a derrota do mundo islâmico."
Com agências internacionais
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