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CASO HARIRI
Moscou tem direito a veto no CS; 2 são indiciados no Líbano por suposto elo com morte de premiê
Rússia se opõe a sanções da ONU contra Síria
DA REDAÇÃO
Os EUA, a França e o Reino
Unido enfrentaram ontem forte
oposição da Rússia e da Argélia à
sua intenção de impor sanções à
Síria se Damasco não cooperar totalmente com a investigação da
ONU sobre o assassinato do premiê libanês Rafik Hariri, ocorrido
em 14 de fevereiro último.
A oposição russa às sanções
contra a Síria poderá fazer naufragar um projeto de resolução de
autoria dos EUA, da França e do
Reino Unido cujo objetivo é pressionar Damasco a cooperar com a
ONU. Moscou dispõe de direito a
veto no Conselho de Segurança. A
Liga Árabe também disse se opor
à imposição de sanções.
O Líbano indiciou dois homens
por suposto envolvimento com o
assassinato de Hariri, segundo
fontes judiciais, menos de uma semana depois que seus nomes foram citados na investigação da
ONU sobre o caso.
O CS deveria realizar consultas
na noite de ontem sobre o projeto
de resolução, que apóia abertamente a investigação da ONU,
mas isso poderia não ocorrer em
virtude da posição russa. A comissão responsável pela investigação, liderada pelo alemão Detlev Mehlis, implicou autoridades
sírias e libanesas no assassinato e
acusou a Síria de não cooperar.
A pressão sobre a Síria deverá
ser intensificada por conta da publicação de um relatório do enviado da ONU à Síria e ao Líbano,
Terje Roed-Larsen. Este afirmou
em seu texto que não há "resultados tangíveis" que mostrem o desarmamento de grupos libaneses,
incluindo o Hizbollah.
Ele ressaltou ainda que há relatos de que existe um crescente fluxo de armas da Síria para grupos
palestinos baseados em campos
de refugiados situados no Líbano,
o que constitui uma violação de
uma resolução do CS de 2004.
"O governo sírio me disse que
há contrabando de armas e de
pessoas através da fronteira entre
o país e o Líbano, mas ressaltou
que isso ocorre nas duas direções", afirmou Roed-Larsen.
Ele disse ainda que a inclusão do
Hizbollah no novo governo libanês indica que ele poderá transformar-se de grupo armado em
"real partido político". Mas salientou que operar tanto como
partido quanto como milícia é
"impossível numa democracia".
Saad Hariri, filho do premiê assassinado, afirmou ser contrário à
imposição de sanções econômicas à Síria. "É preciso exigir mais
cooperação, não aplicar sanções
que poderão piorar a situação",
disse Saad, em Paris, após reunião
com o presidente Jacques Chirac.
O relatório sobre a investigação
da ONU citou os nomes dos irmãos Ahmad, membro de um
grupo islâmico pró-Síria (Ahbash), e Mahmoud Abdel Al por
seu suposto envolvimento no caso. Ambos foram indiciados ontem pela Justiça libanesa.
Mahmoud Abdel Al ligou para o
telefone celular do presidente libanês (pró-Síria), Emile Lahoud,
pouco antes da explosão que matou Hariri e 22 outros em Beirute,
segundo o relatório da ONU. O
escritório de Lahoud nega. Já há
11 indiciados no caso.
Com agências internacionais
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