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Prostituta diz
ignorar política
do enviado especial
Uma maneira comum de as mulheres se virarem em Havana é
prostituindo-se. Nas principais
avenidas da cidade, podem-se encontrar prostitutas, o mesmo
ocorrendo nas regiões de vida noturna mais intensa.
Nada muito diferente do que
ocorre em diversas cidades do
mundo, não fosse a "especialização" das "jineteras" (como elas são
chamadas). Grande parte das moças tem formação profissional e/
ou acadêmica, mas prefere abandonar o trabalho numa repartição
para ganhar mais nas ruas. Eis o
depoimento de uma delas, Ariane,
23, enfermeira especializada em
tratamento de crianças deficientes:
"Se estivesse trabalhando na minha profissão, ganharia no máximo US$ 15 por mês. Aqui na rua tiro US$ 150. Mas eu não venho todo
dia, pois fico constrangida. Por
exemplo, eu não saio com turistas
desagradáveis. Hoje eu estou meio
doente (com tosse). Para ir ao médico, tenho de ir ao posto de saúde,
que é longe, e eu não posso sair daqui. Depois, chego lá, e não tem remédio. Não adianta nada. Eu não
entendo nada de política, mas
acho que tem alguma coisa errada.
Eu cobro entre US$ 30 e US$ 50 do
cliente, mas ele tem de pagar o
quarto. Não precisa ser hotel. Muitas famílias alugam quartos a US$
20. Nada entendo de política nem
gosto de falar disso. Mas, se a gente
fica doente, pode até ir ao médico.
O remédio também é de graça. Só
que não tem..."
(LC)
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